Petros inicia escolha de novo presidente, após saída de Jäger



A Petros, fundo de pensão dos funcionários da PetrobrasCotação de Petrobras, já começou o processo para escolha de seu novo presidente, depois que Henrique Jäger deixou o cargo no fim de abril. Escolhido sob críticas em 2023, ele acaba de assumir como CEO na Petrocoque, empresa de comercialização e produção de coque calcinado de petróleo, controlada por PetrobrasCotação de Petrobras (50%) e Universal Empreendimentos, com sede em Cubatão.

A seleção do novo presidente é oficialmente tocada por uma consultoria especializada em recrutamento de executivos, mas a bolsa de apostas está a todo vapor, já que a PetrobrasCotação de Petrobras pode indicar seus nomes. Entre os cotados, estão o presidente da Associação Nacional de Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), Marcelo Barros, e o diretor financeiro da Transpetro, Danilo Silva, indicado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).

A palavra final fica a cargo do conselho deliberativo da Petros. Com um patrimônio de R$ 136 bilhões investido majoritariamente em títulos públicos, a Petros vem sendo alvo de pressões de dentro do governo para fazer investimentos em grandes projetos de infraestrutura.

Coincide com o momento de troca na presidência a eleição, iniciada na última segunda-feira, de um nome para o conselhos deliberativo e outro para o fiscal, promovida a cada dois anos. Pela primeira vez na história da fundação, entidades sindicais conseguiram fechar uma chapa unificada.

FUP, Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos, Aéreos e Fluviais (Conttmaf) e Federação Nacional das Associações de Aposentados, Pensionistas e Anistiados do Sistema Petrobrás e Petros (Fenaspe) apoiam a chapa “Petros para os participantes”.

Com patrimônio de R$ 136 bilhões, a Petros vem sendo alvo de pressões para investir em infraestrutura

Uma das vagas é de Fernando Sá, do conselho deliberativo, que concorre à reeleição e, segundo fontes, é rival do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, quadro do partido que tem grande influência nos fundos de pensão de estatais. Outra vaga é de Ricardo Besada, que já solicitou sua renúncia. O conselho deliberativo é composto por três indicados e três eleitos. No conselho fiscal, são dois indicados e dois eleitos. A votação é aberta aos mais de 130 mil participantes e assistidos da Petros e vai até dia 2.

Nesta eleição estão concorrendo três duplas (titular e suplente). “Diferentemente dos anos anteriores, não há disputa no movimento sindical”, comemora Deyvid Bacelar, presidente da FUP. “É uma mostra de maturidade frente aos enormes problemas que precisam ser resolvidos na Petros.”

Bacelar se refere ao déficit de R$ 42 bilhões que há atualmente nos planos mais antigos. São dois planos com um total de 48 mil assistidos e 2,3 mil participantes da ativa que atualmente estão pagando de 17% a 20% do benefício bruto mensal para cobrir déficits registrados em 2018, 2021 e 2022.

O déficit foi alvo da criação de um grupo de trabalho para chegar a uma solução, com representantes de PetrobrasCotação de Petrobras, Petros, sindicatos e, posteriormente, uma comissão com representantes dos órgãos do governo – Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

Segundo Paulo César Martin, secretário de seguridade, aposentados e políticas Sociais da FUP, o grupo agora está trabalhando na formatação de um plano de contribuição definida para o qual os participantes e assistidos dos planos com déficit poderão migrar. O déficit seria coberto totalmente ou em parte por um acordo entre PetrobrasCotação de Petrobras e sindicatos, nas ações judiciais que cobram dívidas da estatal com os planos.

Procurada pelo Valor, a Petros afirmou que “o processo seletivo está na fase de mapeamento de potenciais candidatos no mercado, e a previsão de conclusão é até setembro.” De acordo com a fundação, os nomes indicados pela patrocinadora “concorrem em iguais condições com os demais nomes.”

O processo, no entanto, foi questionado pelo Tribunal de Contas da União. Anteontem, foi aprovado acórdão que acatou parcialmente denúncia de que houve déficit de governança na indicação de Jäger para a presidência. O tribunal recomendou que a Petros melhore os procedimentos de recrutamento para a diretoria.

Depois de passar pela aprovação do Conselho Deliberativo, o executivo precisa ser habilitado pela Previc. A presidência da Petros está interinamente ocupada pelo diretor de Seguridade, Marco Aurelio Viana. Em janeiro, após processo semelhante, Gustavo Gazaneo assumiu como diretor de investimentos da Petros.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/05/23/petros-inicia-escolha-de-novo-presidente-apos-saida-de-jager.ghtml

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