Em novembro, o IMA-Geral (Índice de Mercado ANBIMA, da Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais), que replica a carteira dos títulos públicos marcada a mercado, teve recuo de 0,06%. No ano, o retorno acumulado é positivo em 8,82%. “O perfil da rentabilidade do IMA no mês passado foi típico de um cenário de aversão ao risco. Foram registradas perdas nas carteiras de longo prazo e retornos positivos nas de curtíssimo prazo”, avalia Marcelo Cidade, economista da Associação.
Títulos públicos refletem expectativas do mercado
O IRF-M1+, indicador que acompanha os títulos prefixados com vencimentos acima de um ano, apresentou a maior queda entre os subíndices do IMA, com resultado negativo de 1,42%. Já o IMA-B5+, que reúne as NTN-Bs com prazos acima de cinco anos, recuou 1,18% no mês.
Segundo Cidade, os impactos do cenário internacional podem ter influenciado o desempenho desses indicadores, que até 23 de novembro apresentavam perdas mensais de 4,71% e 3,66%, respectivamente, e mostraram recuperação nos últimos dias do mês. A melhora ocorreu, sobretudo, em função da indicação de que o FED (banco central norte-americano) deverá reduzir o ritmo de elevação dos juros, mas não foi o suficiente para reverter as performances negativas dos títulos no mês. “A trajetória dos subíndices mais longos, geralmente mais aderentes às expectativas em relação ao cenário econômico, reflete as dúvidas dos investidores sobre o arcabouço fiscal para o próximo ano e as perspectivas da economia global”, comenta.
Em contrapartida, o maior retorno de novembro foi do IMA-S (reflete a carteira das LFTs com prazo de um dia útil), que variou 1,0%. Na sequência, o IRF-M1, indicador dos prefixados com vencimentos até um ano, avançou 0,94%.
Debêntures registram ganhos no curto prazo e perdas no longo prazo
O perfil das rentabilidades mensais do IDA (Índice de Debêntures ANBIMA) seguiu a mesma tendência observada nos títulos públicos. Entre os papéis corporativos marcados a mercado, as debêntures com menores prazos de vencimento, que são as indexadas à taxa DI diária, voltaram a ter o melhor resultado mensal entre os subíndices (1,14%) e o maior desempenho acumulado no ano (14,08%). Em compensação, as carteiras de prazos mais longos registraram perdas. A maior foi do IDA IPCA ex- Infraestrutura, formado por papéis emitidos sem benefícios fiscais, que recuou 1,32% no mês, acumulando retorno de 5,69% no ano. O IDA-Geral teve retorno mensal de 0,18% e uma valorização acumulada no ano de 9,77%.
Fonte: ANBIMA