Adendo à Notificação extrajudicial datada de 06/10/2017

Caro Presidente Wálter Mendes

Antecipando documento, Notificação Extrajudicial, que o senhor deverá receber ainda hoje, via Sedex, tomo a liberdade de acrescentar novos informes para subsidiar o pedido nele contido e publicamente neste instante, como resultado de farta documentação que recebi além de outros que o assunto me forçou a pesquisar com mais profundidade e agora precisão e objetividade, e que foram alcançadas por conta de conversas que venho mantendo com o investidor minoritário Romano Allegro, amigo pessoal e crítico ferrenho da triste sanha em que enfiaram a Petrobrás e mais ainda os investidores que nela acreditaram.

Anexo em minha ajuda dois artigos/documentos que me trazem verdadeira esperança em sua imediata atuação a nosso favor. Um deles, anexo 1, é a capa de apresentação da Cultinvest Asset Management, empresa em que o senhor foi sócio durante alguns anos, de 2010 a 2014 e certamente deixou nela, impresso, o seu estilo, cuja pequena dose colo abaixo:

Agregando valor para o investidor

A Cultinvest Asset Management conta com profissionais altamente experientes e com sólida formação fiduciária, além de reconhecido “track record” no lançamento de produtos de investimento inovadores e de sucesso no mercado.

A filosofia de gestão é fundamentalista, baseada em pesquisa de investimento, profundo conhecimento das empresas e vasta experiência de mercado.

A política de pessoal da Cultinvest Asset Management se baseia na união entre profissionais experientes e equipes jovens motivadas, com sistema de “partnership” e estímulo para a criatividade.

Todos os produtos, atuação e estilo de gestão respeitam os aspectos culturais definidos pelo que chamamos de “Cultura Fértil”.

A Fértil Cultura que aí se impregna dá a entender que resultados serão buscados, doa a quem doer.

O anexo 2 é exatamente o artigo Período de Silêncio em xeque, do Valor Econômico, disponibilizado em Notícias no portal www.cultinvest.com.br, onde há 3 entrevistados, discorrendo sobre o assunto polêmico que, usado indevidamente (!?), gerou o nosso prejuízo (e de todo o mercado). São eles, os baianos Jorge Santos e Romano Allegro e, o terceiro, o senhor, Wálter Mendes.

O foco é o Período de Silêncio, regra estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por meio das Instruções 400 (artigo 48) e 483, em que fica proibida a divulgação de qualquer informação sobre uma oferta pública de ações até que a operação esteja concluída.

Como é de praxe, quando questionada a respeito das análises pós venda das ações da Petrobrás, a CVM respondeu que, por aquela regulamentação, relatórios sobre a operação durante o período de silêncio são permitidos, desde que submetidos à aprovação da Comissão antes da divulgação.

Como “ninguém sabia” que são permitidos, desde que …, a Petrobrás contratou todas as instituições financeiras, bancos e corretoras. Todas ganharam comissão para vender suas ações. Entraram mudos no processo e, com a história do período de silêncio, permaneceram calados. Somente após a venda das ações, e já com o aumento do capital da Petrobrás finalizado em outubro de 2010, a verdade começou a vir à tona e esses mesmos analistas, o banco Itaú BBA, e na sequência também o Barclays e o Credit Suisse (envolvido em operações de lavagem de dinheiro em 5 países) vieram a público divulgar relatórios rebaixando a perspectiva das ações Petrobrás. Como não poderia deixar de ser, isso caiu como verdadeira bomba e o resultado foi o imediato despencar das ações.

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No entanto havia vozes discordantes ao processo de capitalização, entre eles como destaque, o baiano Romano Allegro.

Caro Presidente Mendes, com o conhecimento de artigos que me chegaram às mãos, não tenho qualquer dúvida que o senhor discorda e discordou da postura empregada pelos analistas do Itaú (e dos demais que lhe sucederam com informações defasadas e que por isso trouxeram um enorme prejuízo a todo o sistema). Como presidente da AMEC, naquele momento, entidade a que o senhor fez questão de associar a nossa Fundação, são suas as palavras “Estou no mercado há muito tempo e não sabia disso (que pode ser divulgado, desde que aprovado previamente pela CVM)”.

É de extrema importância que se recorde agora, ao se considerar o prejuízo que a Petros teve com a compra das ações da Petrobrás, no processo criminoso que envolveu o aumento do capital da patrocinadora, estimado em R$ 3,97 bilhões a preços de 2016, calculados por sua Gerência de Investimento e, sem dúvida alguma sob suas ordens diretas: a Petros não só subscreveu o lote que lhe cabia no processo, mas também exerceu a condição de subscrever milhões de ações que ficaram disponíveis, o que somado, atingiu, entre ON e PN mais de 110.000.000 (cento e dez milhões de ações). O acompanhamento planilhado dos Relatórios de Atividades da fundação, dá a mostra do que representou o prejuízo com a compra e venda das ações da sua patrocinadora e, sejamos francos, enfiados pela nossa goela abaixo, por aquele governo corrupto.

Os investidores, tanto as pessoas físicas, como as pessoas jurídicas acabaram prejudicadas. A partir daí as ações da Petrobrás, seguiram em queda livre, até atingir a mínima de R$ 4,00.

R$ 75 bilhões foi enganação do pré-sal, cessão onerosa, contrato mal feito e marco inicial e principal que causou a derrocada da Petrobrás.

Já os 45 bilhões restantes foram sacados contra a poupança dos assistidos das fundações estatais, Petros, Funcef, Previ, Bndes e Bndespar e tudo isso unilateralmente, num ano eleitoral.

Sete anos depois estamos, todos, recebendo a conta dos crimes deles.

É chocante se ouvir o depoimento do ex-ministro Antônio Palocci ao juiz Sérgio Moro sobre o que ocorreu na questão que envolveu o pré-sal, ao afirmar que o ex-presidente da Petrobrás Gabrielli foi pressionado pelo presidente Lula para usar o dinheiro do pré-sal como fonte de recurso para o partido. E que se ele, Gabrielli não tivesse coragem para isso, Palocci o faria. O resultado disso, da cessão onerosa, não entrou até agora nenhum valor.

A gravidade em tudo isso, foi a cooptação generalizada sobre todas as corretaras do mercado, de forma a mantê-los no total silêncio. Grande culpa ainda em cima dos bancos responsáveis pela captação que receberam gordas comissões sobre todo o processo.

E o Presidente Lula, juntamente com o José Sérgio Gabrielli, o agora ex-presidente da Petrobrás, vinham ambos à televisão e faziam propaganda dessa capitalização, enganando a população com o pedido para que se comprasse as ações da Petrobrás.

Caro Presidente, insisto, vamos em busca desse prejuízo, a oportunidade aberta via Arbitragem não é nenhuma novidade. O Escritório Modesto Carvalhosa não arriscaria seu nome a troco de mera disputa judicial. O Professor Carvalhosa, a quem conheci e fui recebido para expor problemas da nossa Fundação, é uma das grandes cabeças pensantes deste país, tanto na área jurídica, onde é referência, quanto como cidadão brasileiro.

As afirmações da patrocinadora a um artigo publicado sobre o lançamento desse processo de arbitragem soaram como mera formalidade, com afirmações impróprias sobre falhas do processo que sequer expuseram quais seriam, bobagens de gente despreparada.

Quem são os advogados ou o seu gerente jurídico na Petrobrás para questionar a capacidade do renomado escritório Modesto Carvalhosa Advogados?

O banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, sugerindo ter sido prejudicado em 2002 no processo de aumento de capital da Valepar, buscou o direito de ampliar sua fatia acionária e teve reconhecida essa condição em 2010. Através da Eletron, atingiu 0,2% do capital votante, e através do veículo da ARBITRAGEM.

A relação conturbada entre a Previ, e também as outras fundações, e Dantas é pública. A conhecida disputa pela Brasil Telecom, ocorrida nos anos 2000, depois chegou à Vale. Nesse caso, a briga envolveu a Bradespar, braço de participações do Bradesco.

É, aliás, esse o mesmo Opportunity que, em um negócio estranhíssimo amealhou dos participantes da Fundação Petros a bagatela de R$ 167 milhões, resultado de um acordo judicial totalmente inexplicado pelas partes.

O vetor dessa pequena história, como não poderia deixar de ser, está localizado na privatização das teles onde havia amarrando os interesses de todos, forte conotação.

Respeitosamente,

Sérgio Salgado – Matrícula 317531

Anexo 1 – 2017 07 01 – Cultinveset – Políticas Internas.pdf

Anexo 2 – 2010 10 25 – Cultinvest Assest Managemant – Período de silêncio em xeque.pdf