Acompanhamento #PETROS23 Capitalização da Invepar

Gavinho (abdogavinho@gmail.com) wrote:

Ilmo. Sr.
Walter Mendes
Presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social – PETROS

Ilmos. Srs. Conselheiros do CD e CF

Prezada Ouvidoria,

Tomamos conhecimento pela imprensa (Relatório Reservado -RR 18/08/2017) de tratativas para um novo aporte de capital dos fundos de pensão Previ, Funcef e Petros na Invepar.

Consta que a capitalização da Invepar poderá superar R$ 1 bilhão, boa parte saindo do caixa das três fundações, donas de 75% da holding de concessões de transporte.

Os investimentos em Invepar não apresentaram retorno da taxa mínima atuarial para a PETROS. A GRU Aiport, concessionária do aeroporto de S. Paulo – Guarulhos, da qual a Invepar detém 40,8%, apresenta prejuízo que totalizam até junho/2017 em R$ 3,051 bilhões, acumulados desde o início da concessão.

Além do mais, pesam sobre a Invepar e a OAS, que participa com 25% na composição acionária, pesadas acusações no âmbito das Operações Lava-Jato e Greenfield, tal como ágio de 10% nos custos de obras realizadas pela Construtora OAS sem competição de licitação.

Os procuradores do Ministério Público já afirmaram que a “aparente rentabilidade do investimento na Invepar nada mais significa que uma precificação ilusória da participação acionária dos Fundos na empresa”, que “decorre de uma expectativa de fluxo de caixa futuro que é bastante duvidosa”.

O MPF suspeita “que pressões políticas e lobbies realizados por grupos econômicos próximos ao Governo Federal tenham pressionado as diretorias executivas e os conselhos deliberativos de Funcef, Previ e Petros para a realização e aprovação da participação acionária na Invepar”.

Também há indícios de “corrupção de diretores” de fundos de pensão, que o MPF investiga o repasse de R$ 600 mil da OAS ao ex-presidente da Previ Sérgio Rosa a título de ‘consultorias’.

Exigimos que a PETROS não realize mais nenhum investimento em empresas duvidosas quanto à saúde financeira e a capacidade atestada de dar retorno da taxa mínima atuarial e, sob investigação do Ministério Público.

Esse episódio é mais um a demonstrar que os responsáveis pela guarda e boa aplicação de um patrimônio bilionário têm que lançar um olhar suspicaz e inquiridor sobre tudo que é submetido à sua aprovação, não se deixando levar por discursos enganadores, modismos ou pressões políticas. No caso dos conselheiros, eles têm que avaliar os negócios não só quando são propostos, mas acompanhar seu desempenho. Da mesma forma, eles devem avaliar capacidade e desempenho das pessoas que estão gerindo o patrimônio e participando da gestão de empresas investidas. Os maus desempenhos devem ser denunciados sem contemplação. Ações de correção de rumos nas aplicações devem ser exigidas sempre que for o caso, assim como a substituição imediata de gestores que apresentem mau desempenho ou comportamento incompatível.

Quem se propõe a ocupar cargo de representante dos donos do patrimônio não deve ter receio de obter inimigos nem de sofrer perseguição. Não existe a menor chance de que esse jogo bilionário possa ser jogado sem ter que contrariar constantemente interesses espúrios gerados pela cobiça que tanto dinheiro junto desperta.

Assim, solicitamos à PETROS que venha aos seus participantes esclarecer e se posicionar sobreas recentes notícias envolvendo a Invepar e a Petros.

Atenciosamente,

Abdo Gavinho
matrícula 0280109