BRASÍLIA – O ex-sindicalista André Luiz de Souza, que estava sendo procurado pela Polícia Federal, se entregou à Polícia Federal em São Paulo nesta quarta-feira, segundo disse ao GLOBO uma fonte ligada ao caso. Souza teve mandado de prisão decretada a partir de investigações da Operação Greenfield. O ex-sindicalista é acusado de favorecer a Odebrecht no período em que integrava o Conselho Curador do FGTS por indicação da CUT (Central Único dos Trabalhadores). Com base em confissões de ex-executivos da Odebrecht e de outras empresas envolvidas nas fraudes, o Ministério Público Federal identificou movimentação financeira do ex-sindicalista superior a US$ 12 milhões no exterior.
Na mesma operação, iniciada ontem, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, um dos principais aliados do presidente Michel Temer. Também foram detidos Vitor Hugo dos Santos Pinto, funcionário da Caixa Econômica Federal, e José Augusto Ferreira dos Santos. O juiz Vallisney de Souza Oliveira também decretou, na mesma investigação, a prisão preventiva do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-deputado, que está preso em Curitiba, tem contra si agora quatro mandados de prisão.
Henrique Alves, Cunha, Pinto, Ferreira e Souza são suspeitos de envolvimento em desvios do Fundo de Investimento do (FI) do FGTS, administrado pela Caixa. Cunha é apontado como o chefe do grupo. Pelas investigações, o grupo fazia manobras para direcionar a aplicação de recursos do FGTS em projetos de interesse de determinadas empreiteiras em troca de propina. Cunha teria recebido mais de R$ 19 milhões. Henrique Alves teria ficado com R$ 2,7 milhões. Os recursos teriam sido depositados em contas da Suíça e outros países, conforme indicação de Cunha ao empresário Ricardo Pernambuco, dono da Carioca Engenharia, uma das empresas envolvidas em fraudes nas obras do Porto Maravilha, no Rio.
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