Trendbank – R$ 30 milhões de prejuízo para PETROS

Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

Audiência pública para tomada de depoimento do presidente do TRANDBANK, Adolpho Júlio da Silva Mello Neto

Adolpho Júlio: apesar de os contratos fixarem o prazo de 10 anos para o resgate, os fundos fizeram resgates pontuais antes do vencimento

O presidente do Trendbank, Adolpho Júlio da Silva Mello Neto, afirmou há pouco que não houve falha técnica na análise de risco dos contratos de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) feitos pelos fundos de pensão das estatais Petrobras (Petros) e Correios (Postalis) junto à empresa.

“Se as documentações sobre os títulos tivessem qualquer tipo de falha, nós teríamos observado em auditorias que são feitas mensalmente. Se houvesse falhas, o Deutsche Bank e o Santander (custodiantes do investimento) não teriam liberado os recursos”, afirmou Adolpho Júlio em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI ) dos Fundos de Pensão que investiga irregularidades na gestão dos fundos federais.

Os direitos creditórios foram contratados pela Petros e pela Postalis em 2010. Os fundos investiram respectivamente R$60 milhões e R$ 23 milhões, que seriam resgatados na forma de créditos (duplicatas, contratos de aluguel e cheques) até 2020. No entanto, o negócio resultou em prejuízo de cerca de 50% aos fundos, que ainda não foi ressarcido.

Falsa expectativa de lucro
Para o relator da CPI, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), a má gestão dos títulos pela Trenbank, que não oferecia garantia de lucratividade aos investidores, é responsável pela perda de dinheiro do fundo. Segundo ele, a negociação das cotas de direitos creditórios foi influenciada por ingerências políticas e lobbies, “gerando uma falsa expectativa de lucro”.

Conforme o presidente do Trendbank, apesar de os contratos fixarem o prazo de 10 anos para o resgate, os fundos fizeram resgates pontuais antes do vencimento – R$ 9 milhões, Petros, e 33 milhões, Postalis. Ele esclareceu ainda que a Postalis dividiu os investimentos em aplicações de R$ 50 milhões (contratos de 10 anos) e R$ 10 milhões (que foram resgatados integralmente).

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