A expectativa do governo federal é realizar até julho de 2018 o 5º leilão do pré-sal na Bacia de Santos, onde há reservas estimadas em 6 bilhões de barris de petróleo
Beatriz SeixasPublicado em 12/12/2017 às 14h31
O secretário de Petróleo e Gás do ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, afirmou na manhã desta terça-feira (12) que o governo federal espera fazer até julho de 2018 o maior leilão da história mundial. Segundo ele, o leilão do pré-sal será o primeiro do excedente da cessão onerosa, na Bacia de Santos, onde há reservas estimadas em 6 bilhões de barris de petróleo, conforme já divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no início de novembro.
Cessão onerosa é um contrato assinado entre União e Petrobras em 2010, no processo de capitalização da companhia, e garantiu à estatal o direito a explorar 5 bilhões de barris sem licitação. Segundo Félix, o novo leilão é o primeiro e “talvez seja único” capaz de garantir reservas adicionais a esse montante de 5 bilhões de barris que a Petrobras já tem o direito de explorar na área da cessão onerosa.
Félix estima que o certame tem potencial para gerar R$ 100 bilhões em bônus de assinatura (valor pago pela concessionária vencedora da licitação de campos exploratórios, no ato da assinatura do contrato) e R$ 200 bilhões em investimentos, o que geraria grandes oportunidades para a empresas fornecedoras desse setor, inclusive as companhias do Espírito Santo.
O secretário explica que, para o leilão acontecer, é importante que até fevereiro o governo feche com a Petrobras um modelo de negócio. “Não pode passar muito dessa data para dar tempo de organizar o edital e realizar o leilão antes do processos eleitoral.”
Para ele, mesmo tratando-se de um alto bônus, haverá interesse de grandes players do segmento de óleo e gás. ” As empresas precisam de reservas. E imaginamos que três a quatro podem se juntar para arrematar a área, seria algo em torno de 10 bilhões de dólares para cada uma.”
Esses volumes excedentes leiloados pelo governo poderiam inclusive ser usados como moeda de troca com a Petrobras, que argumenta ter direito de ser credora na renegociação do contrato da cessão onerosa.
As informações de Márcio Félix foram dadas durante o 1° Circuito Virtuoso da Indústria de Óleo e Gás no Espírito Santo, que acontece na manhã desta terça-feira em Aracruz. O evento reúne autoridades e lideranças empresariais do setor petrolífero e inclui visitas ao Estaleiro Jurong Aracruz, à Imetame, e à Fibria.