Estatal pretende aproveitar o gás do pré-sal como matéria-prima para gerar energia
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Ramona Ordoñez
25/04/2019 – 04:30 / Atualizado em 25/04/2019 – 07:36
Complexo Petroquímico – Comperj Foto: Reprodução
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RIO – A Petrobras planeja dar um novo rumo ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Comperj), em Itaboraí. O projeto, um dos maiores símbolos do esquema de corrupção na estatal revelado pela Operação Lava-Jato, que consumiu US$ 14 bilhões, deve ser transformado numa usina termelétrica. A ideia é usar o gás natural dos campos do pré-sal na Bacia de Santos como combustível da unidade.
A estatal desistiu de construir uma refinaria em parceria com a chinesa CNPC no local, como vinha negociando desde 2018. A estratégia foi revista pela nova gestão da companhia. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defende que a estatal reduza sua participação na área de refino para incentivar a concorrência no setor. A estatal deve iniciar, em junho, o processo de venda de metade de suas 13 refinarias. Neste cenário, não valeria a pena investir em uma nova unidade no Comperj.
– A construção da refinaria não faz mais sentido no momento em que se planeja vender parte do parque de refino – disse uma fonte do setor.
Empregos na região
Ainda não foi definida a capacidade da futura termelétrica, mas, segundo fontes, a construção tem potencial para gerar milhares de empregos na região. Itaboraí e os municípios vizinhos foram duramente afetados pela crise da Petrobras e sofreram com o aumento do desemprego. Atualmente, já está sendo construída no Comperj uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), que vai receber e processar o gás natural produzido no pré-sal.
No ano passado, a Petrobras assinou acordo de cooperação com a CNPC para estudar a possibilidade de uma parceria para a construção de uma refinaria no Comperj. Os próprios chineses, porém, também não demonstraram muito interesse em levar adiante as conversas para instalar o empreendimento, segundo fontes a par das negociações.
O Comperj começou como um projeto ambicioso. Em 2008, previa-se o maior empreendimento industrial das últimas décadas no país. O projeto se tornou emblemático não só pelo gigantismo, mas também pelo superfaturamento de contratos.
Estimava-se na época que ele geraria 200 mil empregos diretos e indiretos e que a refinaria a ser instalada no local produziria matéria-prima para a indústria de plástico. As previsões otimistas não se confirmaram. Nos últimos anos, a Petrobras começou a buscar uma saída para minimizar os prejuízos com o projeto e aproveitar a infraestrutura existente no local.
Petrobras quer construir termelétrica no Comperj – Jornal O Globo
https://oglobo.globo.com/economia/petrobras-quer-construir-termeletrica-no-comperj-23620058
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