Com 15 patrocinadoras e 10 planos de benefício de previdência ativos, dos quais oito de Benefício Definido (BD) e dois de Contribuição Variável (CV), a Fundação Cesp (Funcesp) está passando a oferecer novos planos, de Contribuição Definida (CD), para as patrocinadoras. Com 15 patrocinadoras e 10 planos de benefício de previdência ativos, dos quais oito de Benefício Definido (BD) e dois de Contribuição Variável (CV), a Fundação Cesp (Funcesp) está passando a oferecer novos planos, de Contribuição Definida (CD), para as patrocinadoras. De acordo com a diretora de previdência da fundação, Luciana Dalcanale, o aumento da longevidade dos participantes abre um grau de incerteza para quem financia um plano BD. “Os planos antigos não atendem mais às expectativas das patrocinadoras e dos participantes”, diz Luciana.
Segundo ela, um plano BD não oferece segurança para a empresa sobre quanto ela vai ter que dispor para cobrir os riscos. “E do lado dos empregados, observamos que pessoas mais jovens que entram nas empresas não tem efetivamente interesse por esse tipo de produto”, diz a diretora da Funcesp. De acordo com Luciana, esses jovens não estão planejando uma carreira de vida inteira na empresa e, além disso, a renda final constituída nesse tipo de plano nem sempre é satisfatória aos participantes.
Atualmente, o nível de adesão à Funcesp é relativamente alto, girando em torno de 70% a 80% do quadro de funcionários das patrocinadoras, o que fará com que os novos planos CD sejam direcionados especialmente aos novos funcionários.
Os dois primeiros CD já aprovados pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) serão destinados aos funcionários da Eletropaulo e da AES Tietê. Um terceiro será destinado aos funcionários da Empresa Metropolitana de Águas e Energia – Emae. Com a criação dos novos CD, os atuais BD das patrocinadoras serão fechados para entrada de novos participantes. “O processo de elaboração dos planos está sendo feito individualmente, de acordo com a necessidade de cada empresa”, diz Luciana. Os planos também contarão com cobertura de benefício de risco por morte e invalidez, a ser oferecido pela Bradesco Seguros. “Contratamos a apólice com uma única seguradora”, destaca.
A Funcesp está em negociação com outros três patrocinadores para levar o CD em substituição aos atuais BD. “A negociação é individual, cada empresa decide o que fazer e avalia seus interesses dentro da política de recursos humanos”, complementa.
Investimentos – De acordo com o diretor de investimentos da Funcesp, Jorge Simino, a princípio, não será criada uma estratégia diferenciada para os investimentos dos planos. Ele explica que a política de investimento seguirá a dos planos vigentes. “Os planos CD vão começar do zero e até alcançarem um montante de recursos mais significativo, vamos deixá-los aplicados em ativos de curto prazo”, diz Simino.
Ele explica que, à medida em que os CDs crescerem, os recursos vão migrar para estratégias elaboradas para os planos CV. “A diversificação começa a ser feita com os leilões do Tesouro, posteriormente com a compra de NTN-Bs mais longas, e mais à frente eles poderão entrar em renda variável. Mas isso dependerá do nosso resultado fiscal”, ressalta.
Ainda de acordo com Simino, o crescimento desses novos planos deve ser lento. mas vai produzir um efeito positivo na sustentabilidade da fundação no longo prazo. “Num horizonte de cinco a 10 anos, eles serão mais uma alternativa para os participantes ativos e para as próprias empresas”, complementa.
Plano família – A Funcesp estuda também a implantação de novos planos para familiares de participantes. Segundo Luciana Dalcanale, a criação de um plano instituído está no radar da entidade, que tem recebido solicitações de participantes por esse modelo. “Todos os nossos participantes poderiam colocar seus cônjuges, filhos, familiares próximos nesse plano. Estamos com análises avançadas, mas para conseguir viabilizá-lo precisaríamos de uma figura instituidora que abrangesse esses participantes”, destaca.
Petrobras estuda implantação de plano CD
A Petrobras está estudando a criação de um novo plano em substituição ao PPSP, de Benefício Definido, administrado pela Petros. A ideia é criar um plano de Contribuição Definida e oferecer migração voluntária aos participantes do PPSP, que hoje arca com um déficit de cerca de R$ 27 bilhões.
A possibilidade de criação deste novo plano está sendo tratada pelo Grupo de Trabalho do Equacionamento criado pela patrocinadora. “A Petrobras, a Petros e as entidades sindicais têm realizado estudos relacionados ao equacionamento do déficit do Plano Petros (PPSP). O grupo de trabalho está discutindo propostas e, entre essas, de forma preliminar, há alternativa de estruturar um novo plano na modalidade de Contribuição Definida a ser oferecido aos participantes em substituição ao PPSP. Não há prazo previsto para a conclusão dos estudos e nem definição sobre a alternativa do novo plano”, diz a Petrobras em nota. Procurada, a Petros preferiu não comentar o assunto.
http://www.investidorinstitucional.com.br/index.php/br/sessoes/investidores/fundosdepensao/32665-funcesp-abre-novos-planos-na-modalidade-cd-para-reduzir-riscos-fundacao-substitui-planos-bd.html