Valia vê risco para FIPs com nova regulação

A Valia, fundo de pensão dos funcionários da Vale, entende que a nova regulamentação de investimentos para as fundações traz incertezas em relação à responsabilização de gestores de fundos de investimentos em participações (FIPs) e pode afetar o mercado de private equity no Brasil. A fundação é um dos principais investidores institucionais no segmento, com uma alocação de 5% de seu patrimônio total de R$ 22 bilhões.

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A resolução 4.661, editada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em maio, estabeleceu que são considerados responsáveis pelo cumprimento das normas quem participa do processo de análise, de assessoramento e decisório sobre a aplicação dos recursos dos planos dos fundos. Estão incluídos membros de conselhos estatutários, procuradores com poderes de gestão, membros do comitê de investimentos, consultores e outros profissionais que participem da análise, de assessoramento e decisório sobre a aplicação dos recursos dos planos, diretamente ou via pessoa jurídica.

Segundo Maurício Wanderley, diretor de investimentos da Valia, não fica claro na própria legislação e na fiscalização a separação de responsabilidades entre o gestor do fundo de pensão e o gestor dos fundos de investimentos. "A fronteira do papel dos fundos de pensão como alocadores, que fazem o processo de seleção e monitoram a forma que eles acham que deve ser monitorado, isso é uma atribuição do dono do dinheiro, isso não significa que assumimos o papel de gestor", disse ao Valor.

Atualmente a política de investimentos da companhia veda a alocação em FIPs e não há previsão de retomada. "Se existe um mercado que vai ser impactado pela falta de definição da responsabilidade dos gestores de fundos de pensão é o FIP. Quanto mais complexas forem as operações, mais essa definição será necessária. Porque, senão, eu sou muito pessimista do futuro da indústria de private equity, sem essa definição", completou.

http://mobile.valor.com.br/financas/5590457/valia-ve-risco-para-fips-com-nova-regulacao