SÃO PAULO – A Camargo Corrêa S.A. (CCSA), holding do grupo Camargo Corrêa desde 1996, a partir de hoje tem um novo nome: MOVER. Conforme apurou o Valor, a nova marca e o nome são resultados do processo de mudanças iniciado no grupo em 2015, com a chegada de integrantes da terceira geração da família à gestão do conglomerado.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!A MOVER, segundo disse uma fonte com conhecimento das mudanças, busca retratar a migração do perfil da Camargo Corrêa de um grupo empresarial puro, com presença em vários ramos de negócios, grande parte no controle, para um modelo de gestora de portfólio.
A escolha do novo nome foi resultado de vários estudos internos e contou com a consultoria especializada Touch Branding. O projeto durou em torno de cinco meses para chegar ao nome final da holding.
O objetivo, segundo a fonte, em primeiro lugar é de reposicionar o grupo em um novo cenário de negócios, mais dinâmico. Isso passa por reavaliação dos negócios, melhoria de governança corporativa em todas as empresas controladas, novas lideranças, foco de mercado vis-a-vis retorno do capital aplicado e uso do expertise de décadas no desenvolvimento e gestão de empresas e formação de parcerias.
Outro argumento para o nome MOVER, apurou o Valor, é que ele é curto, facilitando sua pronúncia em outras línguas, como a inglesa. Com 20 mil funcionários, o grupo tem operações na América Latina, Europa e África.
A Camargo Corrêa tem um história de 79 anos. Fundada em 1939 por Sebastião Camargo, teve na construção pesada sua principal atividade por décadas. Aos poucos migrou para o setor cimenteiro, no qual ganhou projeção internacional a partir de 2005. Em 1996, já com forte presença da segunda geração na gestão — maridos das três herdeiras de Sebastião Camargo — foi criada a holding Camargo Corrêa S.A.
O plano era gerir com mais agilidade e foco no mercado as empresas controladas, como a construtora e a cimenteira, e desenvolvimento de parcerias, além das já existentes, como Alpargatas e Itaúsa.
Dessa fase surgiram as participações em Usiminas (aço), CCR (infraestrutura e mobilidade urbana) e CPFL (distribuição e geração de energia). Há dez anos, o EAS (estaleiro naval em Pernambuco).
A marca Camargo Corrêa, considerada forte e que carrega um know-how em engenharia construtiva, está sendo mantida no ramo de construção pesada e imobiliária.
Continua no nome da construtora, que criou uma subsidiária em dezembro, a Camargo Corrêa Infra, livre das obrigações firmadas em acordos de leniência com órgãos do governo (a AGU e o Cade) em razão da Operação Lava-Jato, que atingiu as grandes empreiteiras do país em contratos da Petrobras e outros.
A area imobiliária do grupo manteve seu nome Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), para mercado de média e alta renda, e HM Engenharia, para o segmento econômico e de baixa renda.
O negócio da construção no grupo emagreceu muito, devido aos problemas da Lava-jato e da crise do país, que desde 2014 praticamente não lançou mais obras públicas relevantes. Não passa de 15%, de uma receita líquida pouco acima de R$ 10 bilhões em 2017.
Sob o controle e gestão da MOVER estarão dez empresas — de construção a cimento até têxtil e outsourcing. A cimenteira InterCement se tornou a maior geradora de receita, com bem mais da metade do total. Outro ativo de destaque é a CCR, no qual o grupo detém participação de quase 15% do capital.
Procurada, a Camargo Corrêa se manifestou em nota. No comunicado, Luiz Carlos Dutra, membro do conselho consultivo da holding e responsável pelo trabalho de reposionamento e da nova marca, disse: "É um movimento muito importante que mostra um novo ciclo de reposicionamento da companhia, como gestora de portfólio, combinando a manutenção do legado e visão de longo prazo". Uma transformação sem ruptura, respeitando o seu histórico, acrescentou.
http://mobile.valor.com.br/empresas/5592145/grupo-camargo-correa-muda-nome-da-holding-para-mover
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