O Conselho de Administração da Petrobras fará uma reunião de emergência nesta sexta-feira (1/5), às 16 horas, para definir o nome do presidente interino que substituirá Pedro Parente, até a escolha de um executivo definitivo para o comando da petroleira. A tendência é de que a escolha do interino recaía sob a Diretoria atual, opção que coloca os nomes de Ivan Monteiro (Financeiro), Solange Guedes (E&P), Hugo Repsold (Desenvolvimento da Produção & Tecnologia) e Nelson Silva (Estratégia, Organização e Sistema de Gestão) como os mais cotados.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Entre os favoritos ao cargo de interino, Ivan Monteiro leva vantagem. Sua indicação ajudaria a acalmar o mercado financeiro. A escolha dele, contudo, tende a gerar resistência dos sindicatos. Comandando a área Financeira da Petrobras há três anos, o executivo foi trazido por Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e agora preso.
A escolha do interino terá que ter o apoio do CA. Não será surpresa se a saída de Pedro Parente motivar o pedido de demissão de alguns dos conselheiros recém-nomeados para a companhia. Ana Zambelli e Clarissa Lins, por exemplo, foram escolhidas e convidadas pelo então presidente da Petrobras.
O CA da Petrobras está desfalcado desde a semana passada, quando José Alberto de Paula Torres Lima pediu demissão do cargo de conselheiro. O motivo, segundo apurado, foi motivado por conflito de interesse com outras atividades de conselheiro exercidas pelo executivo.
A reunião do CA será realizada em São Paulo, com parte dos conselheiros presentes no Rio de Janeiro, no Edifício Senado. Os conselheiros foram convocados para a reunião no fim da parte da manhã.
A escolha do executivo que irá substituir Pedro Parente de forma definitiva terá que ser avaliada pelo Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão da Petrobras e, posteriormente, Conselho de Administração. Além do desafio de escolher um nome para suceder o executivo, a companhia terá que ser ágil para evitar danos ainda maiores de imagem.
O ultimo processo de escolha de diretor da companhia ocorreu em novembro, com o pedido de demissão inesperado do ex-diretor de Desenvolvimento da Produção & Engenharia, Roberto Moro. A escolha e aprovação se arrastaram por dois meses, demonstrando lentidão do processo.
A tendência é de que o nome do substituto de Parente venha da iniciativa privada ou dos quadros da Petrobras. Às vésperas da eleição presidencial, em meio à crise do governo Temer e diante dos problemas enfrentados pela Petrobras, a escolha não será nada fácil.
Um dos nomes mais cotados para o cargo anteriormente em uma eventual necessidade de preenchimento da presidência da Petrobras era o de Márcio Félix, atual secretário executivo do MME e funcionário de carreira da petroleira. Embora seja bastante respeitado no mercado, o nome do executivo perde força no momento em que se questiona o controle do governo na companhia.
O pedido de demissão de Pedro Parente acontece no momento em que a companhia negocia questões cruciais, como a revisão do contrato da cessão onerosa e os projetos de desinvestimento. Apesar da crise deflagrada pela questão dos combustíveis, a saída do executivo pegou de surpresa o Ministério de Minas e Energia. A percepção era de que a crise seria contornada e que o executivo ficaria no cargo mais tempo, até pelo menos a finalização das negociações da cessão onerosa.
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