O primeiro leilão para a venda de petróleo da União dos campos de Lula, Mero e Sapinhoá terminou sem que a Pré-Sal Petróleo (PPSA) conseguisse vender nenhum volume dos três lotes ofertados. A Shell, única empresa a demonstrar interesse pelo negócio e se habilitar para disputar o processo, não apresentou oferta na primeira fase do leilão e nem mesmo na etapa de repescagem, onde o pregão permitia propostas com deságio.
Embora o leilão tenha despertado o interesse de uma única empresa, sem atrair nem mesmo a Petrobras, que anteriormente firmou contrato para a comercialização direta dos primeiros carregamentos de óleo do governo, o presidente da PPSA, Ibsen Flores, afirmou ter ficado surpreso e frustrado com o resultado. O executivo apostava que a Shell fosse apresentar lance.
“A gente esperava que a Shell fosse mais agressiva…vamos fazer uma avaliação agora do processo e entender por que houve esse desinteresse. Existe uma dificuldade logística muito grande no pré-sal e existem poucas empresas que tem logística adequada para isso, que é cara e impõe custos ao petróleo exportado no Brasil…isso pode ser um caminho para entender a questão”, afirmou Flores.
A PPSA não tem definido plano B para contornar o resultado do leilão. A diretoria da empresa e a área técnica irão analisar o resultado e discutir as alternativas para a comercialização do óleo da União.
A próxima carga sem contrato de comercialização está programada para outubro. Entre as possíveis alternativas a serem avaliadas estão a realização de um novo leilão e a contratação direta da Petrobras.
Por enquanto, não há prazo definido para conclusão da análise e definição da estratégia a ser adotada, embora a PPSA considere importante fechar isso o mais rápido possível. O leilão ofertou um volume total de 2,35 milhões de barris, dividido em três lotes distintos – 1,6 milhão de barris de óleo de Mero, 600 mil barris de Lula e 120 mil barris de Sapinhoá – com prazo contratual de um ano.
“O volume é pequeno e não justifica uma empresa de fora vir fazer o carregamento aqui. Acaba que a concorrência fica limitada, os custos são altos e isso está se refletindo no baixo interesse pela comercialização”, opina o executivo.
O leilão da PPSA foi realizado nesta quarta-feira (30/5), na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), em meio a um salão vazio. O pregão teve início às 17 horas e em menos de meia hora já havia sido finalizado.
Os lotes foram ofertados isoladamente, obedecendo a seguinte ordem: Lula, Mero e Sapinhoá. O leilão foi dividido em duas etapas, a primeira com ágio e a segunda com valor máximo de deságio de zero real, ambas tendo como base o Preço de Referência do Petróleo (PRP), determinado pela ANP.
Segundo a PPSA, além da Shell outras cinco a sete empresas demonstraram interesse pelo leilão durante a fase de consulta ao pré-edital e ao edital, mas não chegaram a concluir o processo de habilitação até o fim.
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