BRIGA PELA PARTILHA DA MULTA
O destino dos irmãos Batista e as possíveis implicações sobre o acordo de leniência da J&F é outra fonte de preocupação. Com a prisão dos irmãos Batista no ano passado — Wesley foi solto em fevereiro e Joesley, em março — o acordo chegou a ser suspenso. Semanas depois, a J&F conseguiu convencer a Justiça de levá-lo adiante, mas segundo o Ministério Público Federal os termos estão sendo revisados. E o grupo se depara, agora, com a briga entre as entidades que vão repartir o valor da multa. A primeira das cinco parcelas semestrais de R$ 50 milhões foi paga em novembro. A próxima vence em junho. A partir de 2021, as parcelas serão anuais e corrigidas pela inflação.
Pelo acordo, a União, o BNDES e os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal), que investiram fortemente no grupo, receberão R$ 1,75 bilhão cada. Caixa e FGTS, R$ 500 milhões cada. O restante será destinado a projetos sociais. A Caixa, porém, agora quer fazer um ajuste nessa partilha, segundo uma fonte. Alega que a divisão deve ser proporcional ao desembolso e exige receber a mesma quantia que BNDES e os fundos de pensão. A discussão será mediada pelo MP, mas um eventual ajuste não deve implicar aumento da multa.
— O grupo providenciou a pizza. Quem vai comer o pedaço maior não é uma decisão da empresa — disse uma fonte a par das negociações.