Os acionistas da Petrobras aprovaram nesta quinta-feira (26/4) em Assembleia Geral Ordinária (AGO) a nomeação de cinco novos membros para o Conselho de Administração e a recondução de seis conselheiros, o que eleva o número de assentos do colegiado de nove para 11. Passam a reforçar o quadro do CA Ana Zambelli, consultora e ex- executiva da Maersk Drilling e da Transocean; Clarissa Lins, sócia-fundadora da consultoria de sustentabilidade Catavento, José Alberto de Paula Torres Lima, ex-Shell, todos indicados pelo acionista controlador, Christian Queipo, eleito representante dos empregados, e a advogada Sônia Júlia Sulzebeck Villalobos, ex-conselheira da CSN, nomeada pelos acionistas preferencialistas.
A lista dos reconduzidos contempla os nomes de Luiz Nelson Guedes de Carvalho, atual presidente colegiado, Pedro Parente, presidente da empresa, Francisco Petros, Segen Farid Estefen e Jerônimo Antunes, todos indicados pelo acionista controlador, e Marcelo Mesquita de Siqueira Filho, reconduzido pelos minoritários
A indicação de Sônia Júlia Sulzbeck Villalobos foi apoiada por fundos de investimento. A AGO aprovou também a permanência de Carvalho à frente da presidência do colegiado.
A nova composição do CA foi bem recebida pelo mercado e está sendo vista com um bom reforço à Petrobras. A avaliação é de que a eleição de executivos com experiência no segmento privado do setor promete trazer questionamentos mais aprofundados para dentro do colegiado. Outro item de comemoração foi a opção pela escolha de mulheres.
Pauta longa
A AGO teve início na parte da tarde e se estendeu até às 21 horas. Pouco antes de deliberar sobre a nova composição do Conselho de Administração, os acionistas aprovaram mudanças no estatuto social da Petrobras, elevando o número máximo de membros do colegiado de 10 para 11. Ficou estabelecido também que 40% dos assentos terão que ser destinados a conselheiros independentes, não ligados ao governo, mesmo que indicados pela União.
Na estrutura vigente até então, o CA da Petrobras era formado por nove membros. O colegiado contava com seus membros eleitos pelo acionista controlador, um indicado e eleito pelos acionistas preferencialistas, um pelo acionista minoritário e um eleito pelos empregados da companhia.
Os acionistas aprovaram também que conselheiros ligados à Petrobras, como o atual representante dos empregados, não poderão participar dos comitês internos de controle. A decisão foi questionada pelo ex-representante dos empregados no CA e diretor da Aepet, Sílvio Sinedino, argumentando que os grandes temas da companhia são discutidos com mais profundidade por esses grupos de trabalho.
Além do CA, foi aprovada também a nova formação do Conselho Fiscal da Petrobras. Foram nomeados três conselheiros fiscais indicados pela União, dois representantes dos acionistas minoritários, um dos titulares de ações ordinárias e outro dos preferenciais.
Marisete Fátima Pereira, Eduardo César Pasar e Adriano Pereira assumem os cargos indicados pelo governo. Tomam posse também Reginaldo Ferreira Alexandre, representando os acionistas ordinários e Daniel Alves Ferreira, indicado pelos preferenciais.
A AGO determinou também a nova política de pagamento de dividendos da companhia, que passará a ter pagamentos trimestrais, e as demonstrações contábeis de 2017, a remuneração dos administradores e o novo conselho fiscal. Ficou estabelecido o montante de R$ 28,34 milhões para remuneração dos diretores, conselheiros e membros de comitês internos no próximo ano, que não terão reajustes salariais no período de abril a março de 2019.
https://bepetroleo.editorabrasilenergia.com.br/petrobras-tem-novo-ca-com-reforcos-do-setor-privado/