Policiais militares estão entre os suspeitos de roubar óleo de dutos da Petrobras

O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) realiza operação para cumprir sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão contra acusados de furtar petróleo bruto e derivados dos dutos da Petrobras Transporte (Transpetro).

De acordo com informações do MPRJ, entre os alvos estão os policiais militares Ernani Monte de Lima e José da Silva de Lima, lotados no 26º (Petrópolis) e 16º BPM (Olaria). Também estão envolvidos três ex-funcionários de empresas terceirizadas que prestaram serviço para a petroleira. Todos foram denunciados pelo crime de organização criminosa e tiveram a prisão preventiva concedida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias, local onde a organização criminosa se formou e se estruturou.

De acordo com a denúncia, dos sete réus, seis são moradores do Estado do Rio e um de Minas Gerais. A maioria deles reside em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Apesar disso, para a prática do crime, a organização criminosa arrendou um terreno em Barbacena, na Zona da Mata mineira, onde passa o duto da Transpetro do qual eles planejavam desviar petróleo e derivados para vender ilegalmente a refinarias clandestinas.

A quadrilha, no entanto, foi pega em flagrante em março de 2017 se preparando para retirar o material dos dutos. O sistema consiste na instalação de uma válvula para desviar o óleo. Na ocasião, eles foram presos. Porém, acusados pela justiça mineira apenas por tentativa de furto qualificado, eles aguardam o julgamento em liberdade.

As investigações começaram no Ministério Público fluminense a partir deste flagrante. Na apuração do crime, o MPRJ encontrou provas de que, para alugar o terreno por um ano, a quadrilha falsificou documentos e a assinatura de terceira pessoa estranha ao fato, inclusive, idosa, além de falsificar selo do 18º Registro de Notas da capital. Tudo para dar aparência de legalidade ao aluguel do terreno em Barbacena. De acordo com as investigações, um dos policiais participou tanto da escolha do local para a prática do crime, quanto de tentativa de furto em si, ao prestarem uma espécie de segurança durante a ação dos demais membros do grupo. Para o MPRJ, esta atuação organizada constitui o crime de organização criminosa pelo qual eles são agora denunciados.

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