Os advogados da empresa Sete Brasil, envolvida no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato, encaminharam documento ao juiz Sérgio Moro nesta quinta-feira (8) pedindo que a empresa seja incluída como assistente do Ministério Público Federal (MPF) em ação sobre o pagamento de propina para contratação de sondas usadas pela Petrobras.
Na ação, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros quatro réus são acusados de implantar um sistema de propinaspara intermediar os contratos entre a Sete e a Petrobras.
Os advogados argumentam que os crimes foram praticados diretamente contra a empresa e causaram “significativo prejuízo” econômico, financeiro e moral.
Além disso, o documento ressalta que a Sete Brasil foi constituída para fins lícitos e não é uma “ferramenta do esquema criminoso”.
A empresa já é assistente do MPF em outras duas ações nascidas da Lava Jato em Porto Alegre e, agora, solicita que Moro autorize a participação dela na condição de “vítima do esquema criminoso”que está sendo apurado.
A Sete Brasil é uma sociedade entre a Petrobras, fundos de pensão de estatais e bancos privados. Foi criada, na época, em meio à uma política de estimular o uso de componentes nacionais nos projetos de investimento da Petrobras.
Como mostrou a revista Época em 2016, o Ministério Público afirmou que a Sete Brasil foi criada para ajudar na corrupção.
Procurado pelo blog, um dos advogados da Sete Brasil, Beno Brandão, que assina a petição enviada à Justiça, afirmou que “a Sete Brasil é uma coisa e os maus administradores da empresa são outra coisa”. “A sete é uma pessoa jurídica com fins lícitos”, defende Beno.