“Vou deixar de ser o protagonista que fui” na BRF, diz Abilio

São Paulo – Antes de vir à tona a informação de que Petros e Previ querem destituir o conselho de administração da BRF, o empresário Abilio Diniz, que o preside, sinalizou que deixará os holofotes na empresa. “Vou deixar de ser o protagonista que fui nesses últimos 18 meses”, afirmou, em longa introdução em teleconferência com analistas para comentar os resultados da empresa. A BRF teve no ano que passou um prejuízo de R$ 1,1 bilhão, o maior de sua história.

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Pedindo paciência aos analistas por saber que a audiência da teleconferência estava mais interessada em projeções, Abilio Diniz buscou justificar a razão de ter sido mais ativo na gestão da companhia desde meados de 2016. De acordo com o empresário, no segundo semestre daquele ano a empresa mostrou que enfrentava dificuldades “dentro de casa”.

Assim, Abilio criou no início de 2017 um comitê (“steering committee”) no âmbito do conselho de administração para mudar os rumos da gestão, àquela altura comandada por Pedro Faria, sócio da gestora Tarpon — uma das maiores acionistas da BRF. Faria deixou a BRF no fim de 2017, em meio à pressão de acionistas descontentes com os rumos da BRF.

Em sua fala, Abilio reconheceu erros da gestão anterior. De acordo com ele, o maior equívoco — o empresário não citou explicitamente Pedro Faria — foi na gestão de pessoas. Nos últimos anos, a empresa perdeu muitos talentos, sobretudo durante o processo de redução de despesas liderado pelo ex-CEO da BRF, Cláudio Galeazzi. Muitos funcionários saíram da empresa e foram trabalhar na JBS, onde ajudaram a levantar a Seara a tirar fatias relevantes de mercado das marcas Sadia e Perdigão.

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