Juiz federal intima Procuradoria para manifestação em cinco dias sobre morte de José Roberto Soares Vieira, executado misteriosamente em janeiro com 9 tiros na Bahia
Julia Affonso, Luiz Vassallo e Ricardo Brandt
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!26 Janeiro 2018 | 14h40
Sérgio Moro. FOTO: Rafael Marchante/REUTERS
O juiz federal Sérgio Moro pediu uma manifestação do Ministério Público Federal, em cinco dias, sobre o assassinato do empresário José Roberto Soares Vieira, que ajudou a força-tarefa da Lava Jato a rastrear pagamentos ao principal alvo da 47.ª fase da Operação, o ex-gerente da Transpetro José Antonio de Jesus. O empresário foi executado misteriosamente com 9 tiros no dia 17 de janeiro na cidade de Candeias, Bahia.
“Não se pode excluir a possibilidade de que o homicídio esteja relacionado a esta ação penal, já que, na fase de investigação, o referido acusado aparentemente confessou seus crimes e revelou crimes de outros. Intime-se o Ministério Público Federal para manifestação em cinco dias.”
+ Siga o caminho da propina de R$ 7,3 mi para ex-Transpetro
José Antonio de Jesus é réu em ação penal sobre corrupção e lavagem de dinheiro. Atualmente, o processo está aguardando a apresentação de resposta preliminar pela defesa do ex-gerente da Transpetro.
No dia 21 de novembro de 2017, data da Operação Sothis, 47.ª fase da Lava Jato, José Roberto Soares Vieira, alvo de buscas e apreensões, prestou depoimento à Polícia Federal.
O empresário afirmou que seu ex-sócio, José Antonio de Jesus, recebia pagamentos de empresas contratadas por subsidiárias da Petrobrás sem ter prestado qualquer serviço.
O Ministério Público Federal chegou a pedir prisão temporária de José Roberto Soares Vieira, indeferida por Moro ao deflagrar a operação. O empresário teve os bens bloqueados.
O ex-gerente da subsidiária da Petrobrás foi preso no âmbito na Sothis. A Procuradoria suspeita que José Antonio, familiares e intermediários operacionalizaram o recebimento de R$ 7 milhões de propinas pagas pela empresa NM Engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014.
Ex-sócio de José Antonio na JRA Transportes, José Roberto disse que a empresa fazia transferências para os parentes do ex-gerente e que era usada para bancar despesas pessoais de Jesus.
Com base em seu depoimento, o Ministério Público Federal rastreou pagamentos de R$ 2,3 milhõessupostamente em benefício do ex-gerente da Transpetro.
A Lava Jato sustenta que a JRA Transportes e a Sirius, ligadas ao ex-gerente da Transpetro, eram usadas para o recebimento de propinas da NM.
Além da NM Engenharia, José Roberto Vieira revelou à Polícia Federal que outras prestadoras de serviços de subsidiárias da Petrobrás faziam pagamentos à JRA, como foi o caso da Meta Manutenção.
De acordo com José Roberto Vieira, os pagamentos da Meta eram ainda maiores do que os da NM Engenharia, alvo da Lava Jato 47, e nunca houve prestação de serviços.
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