RIO – (Atualizada às 12h08) A Petrobras prevê investir US$ 74,5 bilhões no período entre 2018 e 2022. O novo plano de negócios, divulgado nesta quinta-feira (21) pela empresa, mantém praticamente os patamares de investimentos do plano anterior, que previa aportes de US$ 74,1 bilhões.
Ao todo, a companhia pretende destinar 81% dos investimentos à área de exploração e produção, ou E&P (US$ 60,3 bilhões), 18% à área de refino e gás natural (US$ 13,1 bilhões) e 1% aos demais segmentos.
A estatal informou que continuará dando prioridade aos projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil. Na área de E&P, a expectativa é aplicar 77% dos recursos no desenvolvimento de projetos de produção, 12% em infraestrutura e 11% em exploração.
Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural.
Refino, transporte e comercialização ficarão com 66% dos investimentos da área de refino e gás, seguidos de gás natural e energia (28%) e distribuição e biocombustíveis (6%).
2018
O plano da estatal contempla investimentos da ordem de US$ 17,3 bilhões no ano que vem. O montante representa uma elevação de 8,1% ante a previsão de US$ 16 bilhões de investimentos em 2017, divulgada no balanço do terceiro trimestre.
Do total previsto para o ano que vem, US$ 14,2 bilhões devem ser alocados na área de E&P, enquanto US$ 2,9 bilhões irão para refino e gás natural. O restante será destinado às demais áreas da companhia.
A estatal informou ainda a previsão de investimentos de US$ 15,8 bilhões em 2019, US$ 10,5 bilhões em 2020, US$ 14,2 bilhões em 2021 e US$ 16,6 bilhões em 2022.
Dívida líquida
A Petrobras espera reduzir sua dívida líquida para US$ 77 bilhões ao fim do quarto trimestre do ano que vem. No terceiro trimestre deste ano, último dado disponível, o endividamento líquido da estatal era de US$ 88 bilhões.
O plano também mostra expectativa da empresa de fechar 2018 com endividamento total de US$ 102 bilhões, contra US$ 114 bilhões registrados no fim do terceiro trimestre deste ano.
Desinvestimentos e desalavancagem
A estatal disse não ver necessidade de recorrer a captações líquidas até 2022. Segundo companhia, os desinvestimentos, ao lado da redução de custos e geração de caixa operacional, permitirão à empresa “realizar seus investimentos e reduzir seu endividamento, sem a necessidade de novas captações líquidas no horizonte do plano”.
No novo plano de negócios, Petrobras manteve a meta de levantar US$ 21 bilhões no biênio 2017-2018 com o seu programa de parcerias e desinvestimentos. No biênio 2015-2016, a empresa anunciou US$ 13,6 bilhões em venda de ativos.
Em relação aos custos operacionais, a companhia informou que continuará com esforços de redução das despesas. Ao todo, a petroleira prevê gastos operacionais gerenciáveis de US$ 136,8 bilhões até 2022.
Já a geração operacional de caixa é estimada em US$ 141,5 bilhões, após dividendos.
No novo plano, a Petrobras manteve as duas principais métricas do plano anterior, focado na desalavancagem e na segurança do trabalho. A estatal prosseguirá com a meta financeira de reduzir sua alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), para o patamar de 2,5 vezes em dezembro de 2018, conforme previsto no plano 2017-2021.
O objetivo é que o indicador “seja declinante e convergente, até 2022, com a média mundial das principais empresas do setor”.
Já a métrica de segurança foi intensificada. O limite da Taxa de Acidentados Registráveis (TAR) para o ano de 2018 foi alterado de 1,4 para 1,0 por causa da implantação do Programa Compromisso com a Vida em 2017, que contribuiu para que a empresa reduzisse o indicador em cerca de 50% entre 2015 e outubro de 2017.
A companhia destacou que os principais pilares do plano são preços competitivos, eficiência de investimentos, eficiência na operação e programa de parcerias e desinvestimentos.