Petros vende participação em Itaúsa

A Petros concluiu nesta sexta-feira (15/12), em leilão realizado na B3, a venda de 431.172.693 ações ON, que correspondiam a 15,27% do capital ordinário, ou 5,76% do capital total de Itaúsa, zerando posição no ativo. Com a efetivação da venda, R$ 4,519 bilhões entrarão no caixa da Fundação, resultando em maior flexibilidade na gestão da carteira do Plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP), de benefício definido, que concentrava quase a totalidade do ativo (98%). Os 2% restantes estavam alocados no Plano Petros-2 (PP-2), de contribuição variável.

O resultado final do certame foi de R$ 10,50 por ação, valor 13% superior à cotação média de R$ 9,29 do papel nos últimos 12 meses. Considerando o aporte em Itaúsa, realizado inicialmente em dezembro de 2010, a rentabilidade do ativo (55,91%) ficou descolada da meta atuarial projetada para o período (126,39%). Por outro lado, foi superior ao índice de referência para a renda variável do PPSP, o IBrX, que obteve alta de 33,04% no período. Somente nos últimos 24 meses o ativo valorizou 73%.

“A venda de Itaúsa está em linha com as diretrizes estabelecidas na Política de Investimentos para o PPSP e com nossa estratégia de racionalizar a alocação da carteira frente à dinâmica do passivo do plano. O volume de recursos obtidos com a venda vai proporcionar maior flexibilidade para buscarmos oportunidades de investimentos mais apropriadas ao perfil de risco do PPSP, que é um plano maduro, com uma carteira de investimentos pouco adequada aos seus compromissos atuariais”, explica o presidente Walter Mendes.

“Considerando os volumes negociados no último mês, a venda dessa posição sem causar impacto relevante no preço das ações, dada sua baixa liquidez, demandaria cerca de 119 anos para que fosse completada”, ressalta o diretor de Investimentos, Daniel Lima.

A decisão de venda da participação em Itaúsa foi aprovada pelo Conselho Deliberativo, instância máxima de governança da Petros, com base em rigoroso estudo interno.

Apuração interna – Assim como outros investimentos decididos no passado e que também foram alvo de denúncias, Itaúsa tornou-se objeto de uma Comissão Interna de Apuração (CIA) constituída na Petros para investigar, especificamente nesse caso, o processo de decisão para a aquisição do ativo. Os resultados das apurações internas foram encaminhados às autoridades competentes, seguindo procedimento de colaboração adotado desde o início das investigações sobre investimentos em fundos de pensão. Também existe a possibilidade de processos de responsabilização de ex-dirigentes no intuito de buscar ressarcimento e de defender a imagem da instituição, iniciativa que já está em andamento com o apoio de escritório de advocacia contratado.

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