RIO – O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, sugeriu nesta sexta-feira que a Petrobras adote a prática monitorar constantemente o patrimônio dos integrantes da sua diretoria e ofereça recompensas financeiras para funcionários que denunciarematos de corrupção na empresa com informações valiosas. O magistrado participa do 4º Evento Petrobras de Compliance, realizado na sede da estatal, no Rio de Janeiro.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!De acordo com Sergio Moro, que julgou casos de corrupção sistêmica na estatal nos últimos três anos em casos da operação Lava-Jato, já houve avanços na atual administração, mas é preciso ainda olhar para o passado para implementar mudanças e ter orgulho do futuro.
Ele também sugeriu um controle ainda maior da cadeia de fornecedores da petroleira.
— Talvez seja importante fazer uma pesquisa de fornecedores dos fornecedores. As empresas corruptoras (investigadas na Lava-Jato) apresentavam contratos fraudados para efetuar pagamentos em espécie — exemplificou o magistrado.
Moro disse ainda que o incentivo ao denunciante de corrupção pode ser mais efetivo se for oferecida uma recompensa, mesmo que não seja um valor muito elevado.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que seria necessário avaliar se é viável colocar isso em prática.
Moro e o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal, que também participou do evento na Petrobras e é responsável por alguns casos da Lava-Jato, apontaram a gravidade das indicações políticas na estatal e como isso deve ser evitado em toda a administração.
— A impressão que a gente tem é que quase quebraram a Petrobras — disse Moro.
Segundo ele, a raiz da corrupção na estatal está na ingerência política que tomou conta da petroleira nos últimos anos.
Ele disse que houve avanço com a lei aprovada no governo Temer, que impede indicações políticas na administração indireta do governo federal, mas que ela deveria ser estendida também para a administração direta.
Moro disse ainda que talvez seja necessário colocar numa “moldura” os malfeitos e seus responsáveis para que sempre se mirem esses maus exemplos para não serem repetidos.
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