Aldemir Bendine esteve à frente do BB, de 2009 a 2015, e foi presidente da Petrobras de 2015 a 2016
O executivo Marcelo Odebrechtconfirmou nesta quinta-feira (9), em depoimento ao juiz Sergio Moro, que o ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, pedia propina, inclusive desde quando ainda era presidente do Banco do Brasil, de acordo com informações da Folha de S Paulo. Bendine é acusado pelo Ministério Público de solicitar R$ 3 milhões para executivos da Odebrecht, a fim de proteger a empreiteira em contratos da estatal de petróleo.
No depoimento, Marcelo Odebrecht diz que Bendine pediu já em 2014, quando estava a frente do banco estatal, antes de ser cotado para a presidência da Petrobrás , o valor de 1% sobre a renegociação de uma dívida que a Odebrecht tinha com o Banco do Brasil. Porém o empresário diz que não o levava muito a sério.
Mas isso mudou quando Bendine assumiu a presidência da estatal de petroléo, em janeiro de 2015. “Ele tinha uma posição que, de fato, poderia atrapalhar a gente”, diz o empresário, segundo falas obtidas pelo jornal.
Marcelo explica então que após uma reunião com Bendine, o publicitário André Vieira da Silva e o diretor da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis (todos réus no processo), ficou acertado que a Odebrecht pagaria R$ 3 milhões em propina, divididos em três parcelas.
“Eu fui preso logo depois do primeiro pagamento”, contou Marcelo a Sérgio Moro . Ele foi preso em junho de 2015 e foi condenado em 2016 a 19 anos. Ele fechou acordo de colaboração premiada em janeiro de 2017 e deve cumprir pena em regime fechado somente até o mês que vem .
O empresário disse ainda que Bendine nunca se mostrou ameaçador, mas “disposto” a ajuda a empresa, em um clima de colaboração maior do que sua antecessora na Petrobrás, Graça Foster.
Bendine está preso desde julho. Ele sempre negou as suspeitas e diz nunca ter recebido vantagens ilícitas.
Depoimento da ex-presidente
A ex-presidente Dilma Rousseffprestou depoimento à Sérgio Moro no dia 27 de outubro e falou sobre a nomeação de Bendine para a presidência da Petrobrás. “Eu convidei o doutor Bendine e eu disse a ele que, para mim, era importante que ele deixasse a presidência do Banco do Brasil e fosse para a Petrobras”, afirmou ela a Moro.
O convite foi feito quando Graça Foster havia decidido deixar o comando da estatal. “Em um determinado fim de semana, não lembro a data, ela, em definitivo, disse que se afastaria e me pediu que eu tomasse uma providência. A Petrobras não podia ficar sem direção”, disse.
A petista ainda acrescenta porque escolheu Bendine “Escolhi o doutor Bendine e o doutor Ivan [de Souza Monteiro] pelo desempenho que eles tinham tido diante do Banco do Brasil que era um elemento, para mim, bastante valioso”.
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