(Atualizada às 9h12 de 6/10/2017)
A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, ainda não se decidiu sobre a venda em sua fatia na Eldorado Celulose porque corre o risco de que o retorno obtido com a operação fique abaixo do desejado.
A fundação calculou o valor de sua participação no ativo, em 2016, em R$ 815 milhões, com base nos cálculos do Ministério Público Federal (MPF). “A Petros ainda está reticente porque pode reconhecer um prejuízo”, afirmou uma fonte com conhecimento do negócio.
Os acionistas da Eldorado Brasil são J&F Investimentos, o controlador, FIP Florestal e FIP Olímpia. O FIP Florestal é um fundo de investimento em participações que possui, entre seus cotistas, os fundos de pensão Petros e Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal), além da própria J&F Investimentos. A Petros tem participação de 8,53%, mesmo percentual da Funcef.
Na quarta-feira, a Funcef anunciou decisão de exercer o direito de participar da operação de venda. Segundo fonte, a fundação dos bancários vai receber algo entre R$ 600 milhões e R$ 650 milhões. Assim, por possuírem exatamente a mesma fatia da Eldorado, deverão receber os mesmos valores. Os fundos de pensão pagaram R$ 272 milhões por suas respectivas fatias no fundo estruturado.
A Petros anunciou recentemente um equacionamento referente ao déficit de 2015 calculado em R$ 27,7 bilhões ao longo de 18 anos. Em vez de fazer o saneamento pelo valor mínimo – o resultado negativo em 2015 foi de pouco mais de R$ 22 bilhões -, optou fazê-lo pelos valores atualizados, evitando o risco de novos saneamentos. Assim, há um entendimento que este potencial prejuízo com a venda da fatia no Eldorado já seja contabilizado.
Procurada, a Petros disse que não comenta assuntos estratégicos de investimentos ou desinvestimentos.
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