Um inédito estudo sobre o potencial do mercado de compartilhamento de riscos entre entidades fechadas e seguradoras foi apresentado nesta quinta (21) durante o VII Encontro Mercer Gama de Previdência Complementar em Brasília-DF. O estudo foi realizado pela Mercer Gama a pedido da Abrapp e mapeia o tamanho e as características do passivo dos planos de benefícios do sistema de Previdência Fechada.
“Não está na função principal das entidades fechadas correrem riscos excessivos. Quem pode lidar melhor com esses riscos são as seguradoras. Então, queremos trazer as seguradoras para perto, respeitando o negócio principal de cada um”, disse Luís Ricardo Marcondes Martins (foto), Diretor Presidente da Abrapp, durante apresentação no evento.
Ele acrescentou que uma parte das patrocinadoras teriam interesse em transferir riscos de planos, principalmente os de benefício definido. “São planos excelentes, mas que amadureceram. A maioria das patrocinadoras não tem interesse em manter os riscos desse produto”, comentou Luís Ricardo.
O estudo se propôs a detalhar as possibilidades de cobertura de risco a partir da Resolução CNSP 345/2017. O objetivo foi detalhar o tamanho do mercado para três tipos de risco: por desvio de hipóteses atuariais, sobrevida e benefícios de morte e invalidez.
“Em linhas gerais, o estudo conclui que existe uma demanda qualificada por parte do mercado que deve se interessar em oferecer coberturas para os passivos dos planos existentes”, disse Antônio Fernando Gazzoni, Diretor Geral da Mercer Gama.
Dados gerais – Dos três tipos de coberturas, o maior passivo pertence ao desvio de hipóteses atuariais dos planos de benefício definido (BD), especialmente sobre a tábua atuarial. Este mercado apresenta passivos da ordem de R$ 570 bilhões – o que representa 75% do estoque. O segundo maior se refere aos riscos de sobrevivência – planos CD e CV – compra de anuidades. Este mercado foi estimado pelo estudo em R$ 220 bilhões, o que corresponde a 22% do estoque. O terceiro maior passivo é o de benefícios de morte e invalidez, com R$ 7 bilhões, o que representa 3% do estoque.
Desta forma, o principal nicho deste novo mercado é o de planos BD, que representam a maior preocupação das empresas que ainda patrocinam este tipo de planos. A Abrapp entra no papel de indutora deste novo mercado que traz vantagens para as entidades e suas patrocinadoras. “O compartilhamento de riscos é um instrumento importante e eficiente que está em linha com a flexibilização de regras e o fomento do sistema”, disse Luís Ricardo.
O evento contou com a participação de cerca de 300 pessoas e com a presença de autoridades e especialistas nacionais e internacionais, entre eles o Secretário de Previdência Marcelo Caetano e o Superintendente Substituto da Previc Fábio Henrique de Sousa Coelho. |