Os dados são estarrecedores. O número de autuações de postos de gasolina fraudando o consumidor é imenso. A Agência Nacional do Petróleo e seus agentes de fiscalização tem encontrado uma realidade de bandidos. Combustíveis adulterados com água, solventes baratos, graxa, óleo, enxofre, metanol e etanol acima das margens. Em São Paulo, apenas no primeiro semestre, a ANP lavrou 48 autos de infração. No Rio de Janeiro, em todo o Estado a coisa é ainda pior: 220 autos de infração e 11 postos interditados. E não pode se ter mais o chamado “ posto de confiança” e muito menos “bandeira de confiança”. As fraudes estão disseminadas. Foram identificadas em postos de bandeira BR, Shell, Ale, Raizen, Esso, Chevron, Ipiranga e em muitos outras que são postos independentes. O bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, e a cidade de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado, são os pontos com o maior número de postos enganando e fraudando o consumidor. Além de levar gato por lebre, o risco para a saúde dos motores é altíssimo. Constantemente há danos, as vezes irreversíveis para algumas peças. É uma verdadeira “epidemia nos combustíveis”. E por mais que a ANP faça – e ela está fazendo – os criminosos cada vez mais sofisticam as fraudes.
Em maio, em uma distribuidora no Rio de Janeiro, a Polícia Federal encontrou 10,6 milhões de litros de combustível adulterado com metanol. Foram averiguadas irregularidades com o solvente em postos de três distribuidoras diferentes. Na semana passada, a ANP realizou uma audiência pública para debater a possibilidade de incluir o metanol na lista de produtos que são regulados pela agência. Nesse ano, 36% das fiscalizações em São Paulo geraram algum tipo de auto de infração, ante 30% no ano passado. No Rio, foi ainda pior.
O preço médio do litro da gasolina está no menor nível desde outubro de 2015, de acordo com levantamento da ANP, chegando a R$ 3,485 na semana passada. Quem fiscaliza a fraude na bomba é o Instituto de Pesos e Medidas, órgão autorizado para abrir e confiscar equipamento modificado. E a tendência aumentou bastante. Para combater o problema, o Inmetro está desenvolvendo um equipamento inviolável para as bombas, com chip criptografado. Para isso, porém, será necessário trocar todos os dispositivos do país, o que deve levar no mínimo 15 anos, segundo o instituto.
O Petronotícias teve acesso a relação da ANP apontando as fraudes no Rio de Janeiro. Veja a lista das cidades, dos postos, de suas bandeiras e qual o tipo de fraude. É uma lista grande. Prepara-se
Veja a lista aqui:
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