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Embora o Relatório de Atividades não tenha sido disponibilizado, ainda, as Demonstrações Contábeis – Consolidado Petros apresentou equilíbrio técnico negativo de R$28.187.032.213,06, correspondendo à 26% de falta de recursos para a cobertura dos planos.
Abaixo, apresentamos o gráfico com a evolução do déficit de janeiro de 2015 a maio de 2017.
É uma evolução muito preocupante. MUITO!
O PPSP é o maior plano que responde por aproximadamente 80% dos ativos totais da Petros.
O perfil de sua carteira de investimentos é inadequado para um plano maduro, que tem em torno de 15.000 empregados ativos e 63.000 assistidos, com desembolso anual de R$ 5 bilhões para o pagamento das complementações das pensões.
A grande concentração de recursos em investimentos sem liquidez, de difícil e inflexível modos de operação para oferecer ao mercado, cria uma escolha de Sofia para os gestores da Petros.
Alie-se a isso a grande quantidade de investimentos podres, temerários e de difícil recuperação e responsabilização, senão houver especial empenho e recursos para acionamento jurídico.
As dívidas da patrocinadora, as contratadas e as ajuizadas contribuem para a imobilidade de solução para o PPSP. O AOR a Petrobras só paga semestralmente o juro e a correção, ficando o principal lá para os idos de 2030. Hoje, pelo último relatório anual o AOR monta em R$ 12 bilhões, que faz falta ao PPSP, pois poderia estar disponível para aplicações que melhor remunerasse o plano.
Apresento abaixo o gráfico que demonstra o aumento fora da média histórica de aposentadorias, consequência dos últimos PIDV’s, que impacta dramaticamente nos desembolsos da Petros. Os números foram extraídos do Relatório Anual de 2016.
O cenário desalentador vira uma “tempestade perfeita” quando se analisa o ambiente econômico e político do Brasil, minimizando as possibilidades de uma recuperação ou a minoração dos prejuízos acumulados.
A Petros terá de enfrentar ainda o impacto da queda dos juros da economia, que vai reduzir a rentabilidade das aplicações em renda fixa de seus planos e dificultar o cumprimento das metas atuariais. “A queda dos juros vai fazer o gestor buscar mais risco, pois até agora havia uma acomodação com os rendimentos altos da renda fixa”, diz o presidente da Abrapp. Diz ainda que, com isso, os fundos terão de entrar em investimentos que não são tão simples, exigem análise criteriosa, mas que não podem ser “demonizados” por terem dado problemas no passado, afirma Martins, numa referência aos fundos de investimento em participações de empresas fechadas, ou private equity, que deram prejuízos a algumas fundações e são suspeitos de terem sido usados para desviar recursos em algumas. “O que é preciso é aperfeiçoar esses instrumentos, pois eles são importantes tanto para os fundos investirem no longo prazo como para financiar novas empresas”, explica. “Mas precisamos buscar garantias maiores”, afirma Martins.
Em 2016 pode ser observado no gráfico abaixo o desempenho de alguns principais fundos de pensão:
E finalmente apresentamos o comparativo da Petros com Valia, tida por nós como referência.
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