Operações Sépsis, Cui Bono e Greenfield apuram desvios em fundos de pensão e na Caixa
André de Souza14/07/17 – 12h22
Peemedebistas investigados: Ex-ministro Geddel Vieira Lima e deputado cassado Eduardo Cunha – Montagem sobre fotos de aquivo
BRASÍLIA – O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou o compartilhamento dos processos das operações Sépsis, Cui Bono e Greenfield com vários órgãos da administração federal. Essas operações apuram desvios em fundos de pensão e na Caixa. Terão acesso aos autos: o Tribunal de Contas da União (TCU), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central (BC), a Caixa Econômica Federal (CEF), a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coafi) e a Receita Federal.
Entre outros, são investigados nessas operações o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que já é inclusive réu em ação penal, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Geddel ainda não foi denunciado pelo Ministério Público, mas foi preso na semana passada por ordem do juiz Vallisney. Na última quinta-feira, após decisão do desembargador federal Ney Bello, ele teve a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar.
As investigações são conduzidas pelas unidades da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) localizadas no Distrito Federal. Assim, Vallisney também determinou o compartilhamento de provas com outras unidades do MPF e da PF que venham a ter interesse. O juiz manteve o sigilo do conteúdo de parte dos processos, mas permitiu que todos os órgãos tenham acesso ao material sob segredo de justiça.
A Cui Bono tem como foco desvios na Caixa. O alvo da Sépsis são as irregularidades no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pelo banco. A Greenfield mira fundos de pensão de funcionários de empresas estatais.
Foi no âmbito dessas três operações que o grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, assinou um acordo de leniência com o MPF no qual se comprometeu a pagar multa de R$ 10,3 bilhões. Já a CVM, que teve autorizado acesso aos autos, instaurou processos administrativos para apurar eventuais irregularidades cometidas pelos donos da J&F.