A reorganização dos investimentos de Petros e Funcef, dois dos três maiores fundos de pensão do Brasil, passa pela carteira de imóveis. O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras já organizou um plano de venda de imóveis, de acordo com a política de investimentos para o período entre 2017 e 2021, disse na semana passada o presidente da entidade, Walter Mendes.

“Não é um bom momento para a venda de imóveis, o mercado está bastante fraco, mas temos a necessidade de gerar caixa”, disse Mendes. Empreendimentos deficitários têm sido objeto de negociações com empresas da área imobiliária, acrescentou o executivo em apresentação a participantes sobre os resultados de 2016. Entre os investimentos problemáticos da fundação citados recentemente pelo conselho fiscal da entidade, estão hospitais na região Nordeste, como Boa Viagem Medical Center e Hospital da Bahia.

Já a entidade da Caixa terá de apresentar à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) uma proposta para se reenquadrar no segmento – está acima do limite permitido, de 8% do patrimônio. Mas o presidente da Funcef, Carlos Vieira, afirmou que quer primeiro levantar os investimentos no setor para depois decidir as alocações.

A entidade possui atualmente R$ 5 bilhões em imóveis, valor acima do percentual de 8% do patrimônio permitido pela Previc. “O diretor de participações [Renato Villela] está vendo tudo isso e quer ter uma posição mais estratégica para não sairmos no varejinho dessas questões”, disse.

Segundo fonte ouvida pelo Valor, a Funcef recusou duas vezes proposta da GWI Real Estate pela fatia de 53% que detém no Shopping Praça da Moça, em Diadema (SP). A empresa de empreendimentos imobiliários – que possui 23% do local – tem direito de preferência na compra caso a Funcef opte pelo negócio. A GWI considera que o shopping tem potencial grande de crescimento. A cifra oferecida foi de R$ 162 milhões. Procurada, a GWI não comentou o assunto.

http://mobile.valor.com.br/financas/4995128/fundacoes-planejam-venda-de-imoveis