Creio já ser do conhecimento, senão de todos, ao menos da grande maioria dos participantes da Petros, a multa imposta à JBS, resultado do Acordo de Leniência com o MPF e das suas diversas Operações investigativas, em especial a Greenfield.
Essa multa gerou um acordo financeiro que trará aos principais atingidos pelas operações criminosas operadas pelos irmãos Batista – Petros, Funcef, Bndes, União, Caixa Econômica Federal e FGTS –, o total de R$ 8 bilhões (os restantes R$2,3 bilhões dessa multa, entrarão como projetos sociais) pagos em 25 anos, com correção pelo IPCA. À Petros caberá o percentual de 25% desse total de R$ 8 bi.
Para nos contemplar por inteiro, faltou incluir nessa multa juros que permitissem cobrir nossa meta atuarial (IPCA+5,85%a.a.).
Como disse amigo meu, também colaborador e infinitamente mais e melhor conhecedor do que eu nesses cálculos, o que nos interessa, muito mais que a correção financeira, é o que isso causará na duration do plano vis a vis seu passivo atuarial, cálculos esses que serão resolvidos (com inteligência, segundo espera ele, e nós também) pelos atuários da fundação.
Assim que teve início a Operação Greenfield, houve propostas de recompra do ativo Eldorado Celulose (FIP Florestal) por parte da JBS no valor estimado de R$ 1,4 bilhão, sem que isso prosperasse. A multa imposta agora mantém em poder da nossa fundação esse ativo que, certamente, poderá ser alienado em momento oportuno para nós.
Ontem, houve a apresentação, pela primeira vez em circuito on-line para os participantes, mediante senha, pela nova diretoria da Petros, do balanço anual, em nosso caso o de 2016 e ao final a gestão respondeu uma boa quantidade de perguntas. Em relação a esse caso específico, a informação é que, o resultado de Acordo de Leniência do MPF com a JBS ainda não foi tornada oficial à fundação e, em princípio, o resultado não afetará o equacionamento do déficit de 2015 que já foi aprovado pela Previc e está agora em processe de discussão pelo nosso Conselho Deliberativo.
A previsão da implantação do equacionamento é para novembro ou dezembro próximo, sem o valor percentual ainda determinado (ao menos para o público externo, já que está em discussão no CD).
Há ainda, com relação ao resultado do Acordo de Leniência algumas portas que começam a se abrir. Em primeiro lugar, há vários ativos que estão em processo de investigação e que, com uma boa dose de certeza (sem ser ufanista demais) trarão também, através de multas e/ou novos acordos, vários dos bilhões que nos foram surrupiados nestes últimos 14 anos.
Em segundo lugar, isso permitirá finalmente que se tenha um norte para o processo de entrada de ações judiciais em busca de melhores ventos para todos nós, corroborando com o resultados das investigações que tiverem finalizações.
Com muito otimismo creio eu que o resultado mais adiante será a minimização do equacionamento ou até mesmo seu encerramento. Como sempre, continuaremos atentos e tentando influenciar nos resultados.
Sérgio Salgado