Fundo de pensão da Caixa é acionista da companhia desde 2009; eventuais fraudes na avaliação da empresa podem gerar prejuízos aos acionistas.
Atualizado há 7 minutos
Por G1*
24/05/2017 13h55
A Caixa Econômica Federal deverá informar até junho o valor que terá que provisionar para perdas com investimento na Eldorado Celulose, do grupo J&F, que também é dono da JBS. As afirmações foram feitas nesta quarta-feira (24) pelo vice-presidente de finanças e controladoria do banco, Arno Meyer.
Em 2009, o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, o Funcef, investiu na Florestal, empresa do grupo J&F que posteriormente foi incorporada à Eldorado, fabricante de celulose do grupo. O investimento foi feito por meio do Fundo de Investimentos Participações (FIP Florestal). O fundo de funcionários da Petrobras, o Petros, também investiu na empresa.
“O laudo de avaliação da empresa Eldorado ainda não foi concluído, mas deve acontecer até junho”, disse Meyer em teleconferência com jornalistas sobre os resultados do primeiro trimestre.
O executivo disse também desconhecer irregularidades em operações do banco com a JBS, outra empresa do grupo J&F.
Caso é investigado na operação Greenfield
O Ministério Público vê irregularidades no aporte de R$ 550 milhões feito pelos fundos de pensão na Florestal. O caso é investigado em uma operação da Polícia Federal batizada de Operação Greenfield.
Há suspeitas de que os fundos foram lesados pela J&F e teriam uma participação maior na empresa. Isso teria ocorrido porque a J&F teria superfaturado a avaliação de ativos da Eldorado na época da fusão.
Se a Eldorado valer menos do que consta nos seus relatórios, os acionistas poderão ter que fazer uma baixa contábil no seu balanço, que poderá reduziu o seu lucro líquido ou gerar prejuízos nos próximos balanços financeiros.
