BRASÍLIA – Assim como fazia com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o grupo J&F pagava propina em troca de facilidades na obtenção de empréstimos de fundos de pensão estatais.
Em delação premiada, o empresário Joesley Batista disse que pagava ao PT e aos presidentes dos fundos Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal) o correspondente a 3% do valor das operações.
Desse montante, 1% ia para o partido, 1% para o presidente da Petros e 1% para o presidente da Funcef. Em determinado momento, ele confessa ter transferido para o então presidente da Petros, Luis Carlos Afonso, a propriedade de um apartamento em Nova York no valor de US$ 1,5 milhão.
Afonso também foi beneficiário de US$ 5 milhões em dinheiro. O antecessor dele no fundo, Vagner Pinheiro, também recebia propina, segundo Joesley Batista.
Caso único
Na Funcef, um dos raros casos de honestidade. Substituto de Guilherme Lacerda, que recebia propina, Carlos Casé rejeitou a oferta e a continuidade nos pagamentos.
Joesley cita no depoimento dois aportes feitos pelos fundos. O primeiro, em 2008, foi consistiu na compra de participação acionária na JBS no valor de US$ 1 bilhão.
Mais tarde, por meio de um fundo voltado a investimentos em empresas de reflorestamento, Funcef e Petrobras aportaram, cada um, R$ 275 milhões em um empreendimento de Joesley.