Segunda-feira, 17/04/2017, às 10:13,
O ex-gerente de Serviços da Petrobras e delator da Lava Jato Pedro Barusco terá de explicar à Justiça porque pediu para que um executivo da Odebrecht guardasse na sua casa 24 vinhos de “primeira linha” após o início da operação.
A informação foi tornada pública na semana passada após a divulgação da delação do ex-executivo da Odebrecht Rogério Araújo, um dos 77 novos colaboradores da Lava Jato. Rogério disse ao Ministério Público Federal que devolveu os vinhos após Barusco fechar sua própria colaboração.
Cada vinho, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, custava US$ 10 mil (o equivalente a cerca de R$ 30 mil). O valor total em reais chega a aproximadamente R$ 750 mil.
Segundo investigadores da Operação ouvidos pelo blog, Barusco terá de contar porque não deu essa informação em sua própria colaboração, uma das primeiras da Lava Jato. Perguntado se uma simples explicação resolve o problema, um procurador da Lava Jato disse: “não posso confirmar que será tão simples assim”.
Barusco foi condenado no âmbito da Lava Jato por lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção. Ao tornar-se delator da operação, teve a pena alterada de regime fechado para regime aberto diferenciado e devolveu mais de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
O ex-gerente da Petrobras usa tornozeleira eletrônica há dois anos e a previsão de retirada era justamente neste mês. A Justiça já avaliou, contudo, que Barusco havia sido, em alguns momentos, displicente no uso do equipamento, como informou o Blog.
O criminalista Antonio Figueiredo Basto, advogado de Barusco, disse a este espaço que não vai comentar o caso. “Vamos aguardar”, afirmou ele.
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