Há muito mais pontos positivos para a Petrobras que estão por vir do que só desinvestimentos – e eles não estão sendo precificados pelo mercado
SÃO PAULO – Em julho de 2016, a Petrobras (PETR3;PETR4) recebeu recomendação de compra pelo UBS e foi comparada como a renascer de uma fênix. Desde então, o banco suíço seguiu otimista com as ações da companhia, reforçando o call de compra em relatório desta quarta-feira, logo após a divulgação do resultado do quarto trimestre de 2016. No relatório, os analistas Luiz Carvalho e Julia Ozenda apontam que há um “iceberg” de valor escondido nas ações da estatal e mantém preço-alvo de R$ 22,50 para os ativos PETR4 e de R$ 22,20 para as ações PETR3.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!De acordo com os analistas, os desinvestimentos podem estar escondendo um valor mais alto do que está precificado, traçando um “paralelo” com um iceberg, como você pode observar abaixo:
Conforme apontam os analistas, o plano de desinvestimento foi oficialmente aprovado pelo TCU, o que é algo positivo sobre o caminho que irá beneficiar a empresa não só a partir de uma perspectiva de caixa. Porém, não é só isso: “o plano de desinvestimento da Petrobras é como um iceberg onde os investidores só conseguem ver a superfície (ou seja, o gelo que está na superfície). No entanto, a maioria dos benefícios pode estar submerso: opex, capex, redução da dívida, menor custo da dívida, melhoria da governança corporativa, melhor alocação de capital, o que ainda não está precificado pelo mercado”, apontam os analistas.
Os analistas também apontam que há um fluxo positivo de notícias no radar, com a negociação de transferência de direitos, venda de refinarias e geração de caixa mais forte.
Conforme aponta o UBS, desde novembro de 2016, as ações da Petrobras caíram mais de 20%. Isso ocorreu devido ao maior ceticismo com a queda do preço do petróleo e outras notícias pontualmente negativas, como a decisão do TCU de suspender o plano de venda de ativos da companhia e a determinação da CVM de refazer o balanço de 2013 a 2015 sem levar em conta a contabilidade de hedge.
Neste sentido, os analistas apontam enxergar assimetria significativa no desempenho de ações e nos fundamentos: i) desde novembro de 2016, os preços do petróleo subiram 8% na verdade; ii) o TCU já liberou a empresa para reiniciar seu plano de alienação; iii) há um risco de queda limitado com o pedido da CVM; conforme aponta o UBS, mesmo que a empresa precise refazer os seus relatórios financeiros, a mudança contábil não trará impacto nos resultados operacionais e iv) a valorização de 5% do real. “Portanto, vemos o preço atual das ações como uma oportunidade de compra atraente”, afirmam os analistas. Vale ressaltar que, em relação ao fechamento da última terça-feira (21), os analistas do banco preveem um potencial de alta de 73% para as ações PN da Petrobras e de 62% para os ativos ON.
O que vem agora?
Além dos desinvestimentos, os analistas do UBS destacam que surpresas positivas devem vir, em primeiro lugar, da geração de caixa vindo de operações mais fortes e impacto da venda de ativos. “Acreditamos que este será o novo padrão para a empresa. Com paridade de preços, produção forte, corte de capex e queda da dívida, vemos R$ 16 bilhões de geração de caixa pré-venda de ativos, ou R$ 46 bilhões considerando ganhos de venda de ativos.
Em segundo lugar, o ministério de minas e energia destacou esperar uma decisão final nas negociações entre o governo e a Petrobras no segundo trimestre de 2017. Os analistas avaliam que isso não está totalmente precificado pelos investidores.
Em terceiro, está a venda de refinarias. Os analistas apontam que o processo parece mais complicado do que o anteriormente esperado; contudo, os principais pontos dele estão presentes e os investidores devem seguir precificando o cenário. “Nós esperamos medidas concretas no segundo trimestre. Com uma política de preços mais clara e expectativa de retomada na economia nós acreditamos que, se a companhia colocar os esforços corretos e liderar o processo de discussão como o principal player do setor, nós poderemos ter boas notícias no final do ano”.
O balanço da Petrobras também foi bastante elogiado pelo UBS, que destacou os fortes resultados operacionais, ressaltando que o bom resultado é uma conseqüência do aumento da redução de custos e da melhoria das despesas.
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