Um artigo de Sérgio Salgado
Mais uma calamidade do calamitoso Sr. Henrique Jäger, ex-presidente da Petros e atual conselheiro da Eldorado Celulose
Sr. Wálter Mendes, Caros participantes,
Em um tribunal, o juiz inquire o réu: Fulano, como é que o senhor foi matar sua esposa após 45 anos de casamento? E o réu, candidamente, responde: pois é Excelência, a gente vai adiando, vai adiando …
Perdão a todos pelo despropósito da inserção de uma piada para um texto que pretende ser sério, mas foi o melhor exemplo que encontrei para o que representa a nós, participantes petroleiros, essa história do clima quente na reunião da Eldorado, conforme informa o blog acima.
Funcef e Petros enterraram, entre outubro de 2009 (R$88,038 milhões) e agosto 2010 (mais R$ 185,122 milhões), cada uma, 8,5%, totalizando R$ 273,2 milhões dos nossos suados investimentos (idêntico valor da FUNCEF), o equivalente a atuais R$ 1.559.516.000,00 (valor este certamente avaliado intencionalmente para mais – e bota mais nisso – por parte dos gestores responsáveis pelo FIP – de comum acordo com os interesses das gestões petistas da Funcef e da Petros?) em negócio que está sob suspeição na Operação Greenfield, fruto de investimentos “mal ou superavaliados”, envolvido também na operação o ex-Gerente de Assessoria de Novos Projetos da Petros, o petista Umberto Pires Grault Vianna de Lima e, posteriormente, presidente e diretor da Vitória Asset Management S/A – gestora inicial do FIP. O mesmo Viana de Lima é, atualmente, funcionário da Funcef.
Abrindo parênteses:
Em 8/9/2015, vide anexo, assim que a administração anterior da Petros apresentou o fechamento de dezembro de 2015, incomodado com a avaliação que a “gestão” Jäger (certamente corroborando avaliações apresentadas pelo gestor do fundo FIP Florestal) chamei a atenção para o absurdo valor que foi apresentado como avaliação anual desse FIP, R$ 1.559.616.000,00 (R$ 383.953.000,00 em dezembro de 2014), o que permitiu que a ex diretoria presidida pelo Sr. Jäger chutasse para debaixo do tapete, o valor de R$ 1,176 bilhão, escondendo ou manipulando valores. A confusão do que de fato está contribuindo para o nosso déficit até hoje é uma grande incógnita, considerando a forma ultrajante com que isso foi tratado pelos gestores anteriores.
A Deloitte foi a responsável pelo laudo que elevou o valor do FIP Florestal à estratosfera, justo no momento que se fechava o balanço de duas das fundações que estavam com rombo elevado e precisavam minimizá-lo, a Petros e a Funcef. A Deloitte, como não poderia deixar de ser, está também indiciada na Operação Greenfield.
Fechando parênteses.
O juiz da Operação, Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, pressionou os responsáveis, os irmãos Batista, Wesley e Joesley Mendonça Batista, considerando que ambos afirmaram ser o investimento altamente rentável, a garantirem em juízo, até 21/10/2016, por meio de depósito judicial, seguro-garantia ou o depósito de títulos públicos federais, o total de R$ 1,518 bilhões equivalente aos R$ 550.000.000,00 (quinhentos e cinquenta milhões de reais) aportados por FUNCEF e PETROS no FIP Florestal atualizados pela taxa de retorno de IPCA mais 10,37% ao ano.
Todas essas idas e vindas, fizeram com que o conselheiro da Eldorado Celulose Max Pantoja da Costa, que é diretor de Planejamento e Controladoria da FUNCEF apresentasse denúncias contra o presidente do Conselho de Administração dessa companhia, Joesley Batista, e também contra o presidente da própria Eldorado Celulose, José Carlos Grubisich Filho, por tentarem encobrir supostas irregularidades na companhia, entre outras acusações. Pantoja afirmou ontem que denunciou o executivo ao Ministério Público Federal porque, como conselheiro, pode responder civilmente caso não cumpra com seu dever de zelar pelo bem da empresa.
Aí começa o drama, o Sr. Henrique Jäger, ex presidente da Petros e que se auto indicou para o cargo de conselheiro na Eldorado (onde até agora permanece com a complacência da atual diretoria), representando a Petros, e que deveria estar cumprindo esse e somente esse papel (DEFENDER OS INVESTIMENTOS DOS NOSSOS PARTICIPANTES), faz exatamente o contrário e sai em defesa dos irmãos Batista.
É surreal esse chilique do Sr. Jäger. Exatamente ele que aceitou a avaliação irreal do valor do FIP, faz agora o inverso e se põe na defesa (é isso que está nas entrelinhas) de um valor menor.
É aí que cabe a piada. Em nosso encontro em 8/12/2016, chamamos a atenção do atual presidente Sr. Wálter Mendes, para a permanência de representantes daPetros que colaboraram e ou permitiram para o atual estado de coisas em que se encontra nossa fundação e sua resposta foi algo semelhante ao que disse o réu da piada ao juiz.
Sr. Wálter Mendes nós, participantes do Fundo Petros só temos a lamentar o ocorrido na última sexta-feira, quando alguém que deveria estar defendendo nosso patrimônio, se junta aos irresponsáveis que nos golpearam vergonhosamente. Isso porém não mais nos surpreende e o senhor deve muito bem se lembrar das nossas suspeições.
Manter fernandos, danilos, henriques, gente que só alcançou status na Petros pela servilidade junto ao sistema partidário sindical dominante, jamais poderia resultar em benefício aos nossos participantes. Era esse o nosso receio, infelizmente nosso novo presidente está confiando demais ou o que seria muito pior, não está querendo enfiar a mão no vespeiro. Porém ainda há tempo.
Qual o interesse do Calamitoso Henrique Jäger? Defender os Batistas? Defender as trapalhadas petistas? Defender a si próprio? Uma coisa temos certeza: recebe gorda remuneração para representar a PETROS no Conselho de Administração da Eldorado e não nos serve. Nem no passado e nem no presente. Até quando a nova administração da Petros vai tolerar a convivência com quem nos dilapidou por no mínimo omissão.
Sr. Walter Mendes, não nos decepcione pois compadrio com nossos inimigos só leva a más interpretações, adiando, adiando, a coisa vai ficar pior.
Sérgio Salgado
ET – a desfaçatez dessa turma é inacreditável. Um dos delatores desse esquema da Eldorado Celulose é Fábio Cleto, ex-executivo da Caixa Econômica Federal, que afirmou que ele e o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, receberam propina para atuar na liberação de empréstimo do FI-FGTS, o bilionário fundo de investimento do FGTS, à Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F. Em entrevista à Folha, Joesley admite que viajou ao Caribe na companhia de Cleto e do operador Lúcio Bolonha Funaro, que é réu na Lava Jato e está preso desde o ano passado.
Mas sustenta que os encontrou por uma coincidência no exterior e os convidou para a casa de um amigo. Os três viajaram no avião de Joesley. O empresário diz que “nunca pediu nada” a Cleto e não entende por que o delator o envolveu no caso.
Fábio Cleto afirma ter feito viagem de lazer em 2011 ao lado de Joesley Batista, sócio do grupo J&F, e Lúcio Funaro, doleiro preso pela Lava Jato desde o ano passado. A informação consta da delação premiada que ele firmou com o Ministério Público Federal. Cleto conta que estava em Atenas, na Grécia, numa viagem de trabalho pelo banco, quando encontrou os dois. De lá decidiram, de última hora, realizar uma viagem a Saint Barth, uma ilha paradisíaca no Caribe. Como o avião em que estavam era grande demais, optaram por aterrissar numa ilha próxima e seguir para Saint Barth por meio de uma lancha. De acordo com Cleto, Joesley mandou buscar, num jato executivo operado pela JBS, as mulheres dos três no Brasil, para que se juntassem ao tour no Caribe.
É mesmo uma estranha coincidência que só acontece com esses eleitos.
Veja o anexo:
2016 09 08 – O surrealismo de um comunicado + A mistificação do fluxo de caixa descontado