Uma das práticas utilizadas pelo PT no aparelhamento do Estado foi alocar militantes do partido nas ouvidorias de estatais e órgãos do governo. Luiza Maria Gomes Botelho não foi um caso isolado. Ela substituiu o também petista Carlos Cotia Barreto, que permaneceu na ouvidoria da Petros até fevereiro do ano passado.
Na Petrobras, o chefe da ouvidoria em boa parte dos governos petistas foi Paulo Otto von Sperling, ex-assessor parlamentar de José Dirceu. Sperling chefiou a ouvidoria entre 2009 e 2015. Ele nunca ouviu nada sobre o assalto à petroleira durante os seis anos em que comandou a ouvidoria da Petrobras.
Ouvidoria da PETROS
O Antagonista descobriu mais um funcionário da Petrobras – neste caso, uma funcionária — que permanece em cargo executivo, apesar de ter ascendido na carreira atropelando a meritocracia durante o governo Lula.
Trata-se Luiza Maria Gomes Botelho, registrada na petroleira como Técnica em Administração e Controle Sênior. Concursada para um cargo de nível médio, a funcionária ocupa a posição de gerente executiva na Ouvidoria da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. Seu salário, portanto, é algumas vezes maior que a remuneração do cargo registrado em carteira. O Antagonista está tentando descobrir a diferença de valores.
Até 2003, Luiza Maria Gomes Botelho era uma ativa sindicalista em Macaé, cidade do norte fluminense, onde fica a base operacional da Petrobras. Lá, tornou-se conhecida pelos funcionários da estatal por estar sempre na porta da empresa, geralmente em cima dos carros de som do sindicato.
Após a chegada do PT ao poder, Luiza tornou-se funcionária do Gapre, como é conhecido o Gabinete da Presidência, na sede da estatal. Lá, permaneceu durante as gestões de José Sérgio Gabrielli e Graça Foster. No ano passado, Luiza foi indicada pela Petrobras à vaga de gerente executiva na Petros.
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