Petros pede à CVM que investigue gestão de FIP Riviera

A Petros, fundo de pensão de funcionários da Petrobras, solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que apure eventuais irregularidades na situação de André Barbieri, considerado uma “pessoa chave” na administração do FIP Riviera, em que a fundação é cotista. Esta é a terceira representação da entidade relacionada a fundos estruturados.

As ações fazem parte de medidas praticadas pela atual diretoria do fundo de pensão para recuperar recursos. A Petros informou ao Valor que estuda estender as medidas a outros ativos, visando responsabilizar agentes que possam ter cometido irregularidades.

Neste caso, a Petros, que é cotista do fundo desde 2012, reclama da substituição de Barbieri sem conhecimento dos cotistas. Mesmo tendo deixado o Riviera em julho de 2015, após uma reesturutração que colocou Gélio Barbosa em seu lugar, a mudança foi aprovada em assembleia de cotistas apenas em agosto de 2016.

A reunião e os esclarecimentos ocorreram após questionamento da Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF), que também é cotista do FIP Riviera.

A resposta incluiu a informação de que o executivo deixou o fundo para se defender no caso da investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre operações fraudulentas executadas por Fabrizio Neves, por meio da gestora Atlântica – e que tinha Barbieri como sócio -, com prejuízos ao Postalis, fundo de pensão de funcionários dos Correios.

Além do caso do MPF, a Petros menciona o envolvimento na CPI dos fundos de pensão e que a própria CVM negou um termo de compromisso em processo a Barbieri, Neves e o BNY Mellon, também no caso do Postalis.

Na reclamação, a Petros afirma que o gestor do fundo sabia das alegações de fraude de Barbieri havia mais de um ano, escondeu o caso dos cotistas e não tomou providências para substitui-lo.

A BRB Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, que administra o fundo, disse à CVM que Barbieri não tomou decisões sobre as operações da Atlântica. Também afirmou que se houvesse rejeição a Barbosa, Barbieri permaneceria como pessoa-chave no fundo, e que ele não se desligou do Riviera.

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