14/12/2016 às 19:19
Economia
NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Petros, fundo de pensão dos empregados da Petrobras, informou nesta quarta (14) que solicitou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) investigação de possíveis irregularidades cometidas por gestores de fundos de investimentos em que aportou recursos.
O pedido refere-se aos FIPs (Fundos de Investimento em Participação) Enseada e Brasil Petróleo 1, que causaram impacto negativo nos investimentos da fundação.
O primeiro é gerido por duas gestoras do Bradesco (BEM Distribuidora e Bradesco Asset Management) e o segundo, por Caixa Econômica Federal, Mare Investimentos e Mantiq Investimentos.
Segundo a Petros, a iniciativa faz parte de um esforço para recuperar recursos perdidos. Em 2015, a fundação registrou um deficit técnico de R$ 23 bilhões, o que lhe obriga a ampliar a contribuição de seus assistidos para cobrir o rombo.
“Esta medida poderá ser estendida a outros ativos com o objetivo de responsabilizar agentes que, no exercício das suas atribuições, possam ter cometido irregularidades, aumentando a exposição do investimento ao risco”, disse, em nota, o presidente da Petros, Walter Mendes.
A Petros acusa os gestores do FIP Enseada de conflito de interesse: o fundo foi criado para viabilizar a recuperação da marca Gradiente, de eletrônicos, que tinha o Bradesco entre os principais credores. A perda da fundação com o investimento foi de R$ 17,5 milhões.
No caso do FIP Brasil Petróleo 1, criado para fomentar empresas e projetos do setor de petróleo e gás, a acusação é de mudança de estratégia de investimentos sem aprovação dos cotistas, que teria levado a uma perda de R$ 100,3 milhões para a Petros.
Em seu pedido à CVM, a fundação pede que, caso o xerife do mercado financeiro conclua pela ocorrência de crime, a denúncia seja levada ao Ministério Público para responsabilização dos envolvidos e recuperação dos recursos investidos.