Depois de deflagrada a Operação Greenfield, o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, decidiu abrir um procedimento administrativo interno para apurar os investimentos em ativos de energia do fundo de investimento em participações (FIP) Multiner. Esse fundo foi alvo das investigações da Polícia Federal (PF) na semana passada.
Segundo André Motta, presidente do Postalis, o principal objetivo da sindicância é entender a forma como os ativos do Multiner foram avaliados à época do investimento. Motta começou a trabalhar no Postalis em 2013, antes de a aplicação ter sido feita, como diretor de investimentos.
O executivo diz que com os resultados, que devem sair em até um mês, o Postalis pretende colaborar com as investigações da PF. No dia em que a Operação Greenfield foi deflagrada, documentos referentes ao Multiner foram recolhidos nos escritórios do Postalis.
Os documentos apresentados pelo Ministério Público Federal mostram que a Multiner teve como avaliadora a CG Quatro Consultoria, uma empresa cujo objeto social é o design de interiores e que não estava entre as quatro empresas que foram chamadas para a concorrência.
Segundo Motta, outros investimentos feitos pelo Postalis via fundos de investimento em participações também estão passando por um pente-fino da fundação. O Multiner foi o único fundo citado na Greenfield que tem o Postalis como cotista.
Em relação ao impacto da Operação Greenfield, Motta afirma que percebe a investigação como emblemática para os participantes dos fundos de pensão. “Para os participantes, a Greenfield é mais confortante do que preocupante.”
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