Placa em frente à sede do BNDES, no Rio de Janeiro – Márcia Foletto / Agência O Globo
RIO – O BNDES quer que conselheiros independentes passem a ser seus representantes nas empresas em que o banco de fomento tem participação acionária, informou nesta segunda-feira a diretora do banco Eliane Aleixo Lustosa. De acordo com ela, a política de indicação já foi definida e começa a ser implementada, usando como base as definições da BM&FBovespa e da Lei das Estatais.
Um dos conselheiros que já é fruto dessa nova política é Ricardo Reisen Pinho, que foi indicado pelo BNDES no fim da semana passada como membro independente no conselho de administração da Oi.
— Já definimos a nossa política de indicação, até com base na Lei das Estatais. Agora estamos discutindo detalhes como os prazos de permanência etc — afirmou a diretora do BNDES, em seminário organizado pelo próprio banco no Rio.
O BNDES também quer utilizar diretrizes da IFC (International Finance Corporation, ligada ao Banco Mundial) como a que recomenda a indicação de conselheiros que, além de compromisso com a estratégia da companhia, tenham alinhamento com a filosofia do BNDES. Eliane citou, por exemplo, a temática da sustentabilidade.
A diretora também afirmou que o BNDES está revendo sua política de investimento nas chamadas debêntures de infraestrutura, que são títulos de dívida com isenção tributária emitidos para bancar grandes projetos de infraestrutura.
— Há uma discussão sobre um possível crowding-out do BNDES, que é a expulsão do setor privado quando o banco de fomento entrava nesse segmento no passado. Nosso plano é reduzir o tamanho do banco e dar mais espaço para o setor privado. O BNDES deve atuar apenas quando se identifica assimetrias ou gaps(vazios) nesse mercado. Então, estão estudando quais são as dificuldades para o setor privado investir nesses papéis. Estamos discutindo isso inclusive com fundos de pensão — afirmou a diretora.
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