Não há hipótese de o Tesouro colocar dinheiro na Petrobras, disse Pedro Parente em mensagem enviada aos empregados da companhia. Enquanto sindicatos organizam manifestações e greves em protesto contra a venda de ativos, Pedro Parente enviou a carta lembrando que não há caminhos fáceis para resolver os problemas da estatal. O executivo reconhece que o processo de privatizações provoca incertezas nos empregados, e que exatamente por isso a estatal mantém aberto um programa de desligamento voluntário, ferramenta que será recomendada a todas as empresas do grupo.
“Apesar do que dizem por aí, não há outro caminho disponível para alcançarmos o mesmo objetivo. Não há atalhos fáceis. A hipótese de capitalização da empresa pelo Tesouro Nacional simplesmente não existe porque a situação fiscal do país é igualmente muito grave e não haveria como destinar recursos para a nossa empresa diante do déficit e da dimensão das deficiências sociais do Brasil” contou o presidente.
Na carta, o executivo pede respeito e conta que houve “referências a mim como ‘o canalha do Pedro Parente’”, na manifestação de funcionários na semana passada. “Na minha opinião, o uso de violência verbal, especialmente quando é gratuita, é arma utilizada por aqueles que não têm argumentos para defender seus pontos de vista” escreveu. Ele explicou que a dívida de US$ 120 bilhões da Petrobras é maior que o endividamento de 85% dos países do mundo, um problema criado em outras gestões, mas que ele não vai se omitir em resolver.
Parente ainda pede no comunicado que os empregados se manifestem sobre a campanha publicitária para “resgatar a imagem da nossa força de trabalho”. A preocupação dele é que o gasto com anúncios de página inteira em jornais seja mal-visto pelo público, nesse tempo de crise financeira. Parente assina a mensagem como “Pedro”, apenas.