Márcio Dayrell Batitucci
Vamos hoje falar de “História” : fatos e dados históricos ( portanto isentos de qualquer “achismo” ou “opiniões pessoais” ) :
Fato histórico no. 1 : São hoje nossos “representantes” nos Conselhos da Petros, por “nós” eleitos, os srs. :
Conselho Deliberativo – Eleitos pelos Participantes Titulares e Suplentes :
Epaminondas de Souza Mendes – Luiz Carlos Xerxenesky – Silvio Sinedino Pinheiro – Agnelson Camilo da Silva – Paulo César Chamadoiro Martin – Norton Cardoso Almeida
Conselho Fiscal – Eleitos pelos Participantes Titulares e Suplentes :
Ronaldo Tedesco Vilardo (Presidente) – Marcos André dos Santos – Fernando Leite Siqueira – Paulo Teixeira Brandão
Guarde bem esses nomes !..
Fato histórico no. 2 : A Petrobrás divulgou ontem, o comunicado abaixo, onde informa sobre o déficit oficial apurado no PPSP, em 2015, no valor 22, 6 bilhões que, em vista das deduções legais, deixa um “legado” de 16,1 bilhões que “deverá ser pago igualitariamente entre os patrocinadores (50%) e os participantes e assistidos do Plano (50%)” … sendo que serão determinados percentuais adicionais de contribuições a serem cobrados dos participantes, ao longo do tempo, até o prazo máximo de aproximadamente 18 anos…”
Portanto, agora é oficial : a casa caiu e o pagamento desse “ROMBO”, ou desse “simples desequilíbrio atuarial” ( como sempre o nominaram os srs. conselheiros acima listados! ) recairá sobre os 76.000 participantes que fazem parte dos PPSP.
Faça as contas, pois é de seu interesse : 16,1 bilhões divididos entre Patrocinadora e Participantes – 50% para cada um! – dá um total de 8 bilhões e 500 milhões para os 76.000 participantes!
Continue fazendo as contas : 18 anos equivalem a 216 meses. 8 bilhões e 500 milhões divididos por 216 meses = a um pagamento por parte do bolo de participantes, de $ 39.351.851,00 por mês.
Continue : $39.351,851,00 dividido por 76.000 participantes = $515,78, para cada participante, por mês, por 18 anos! Ou, se preferir : $ 111.408,48, no total! Esta é conta que você vai pagar !
Uma conta que não foi causada por você, da qual você não participou, sobre a qual você nunca foi responsável e sobre a qual, POR DIVERSAS VEZES, DURANTE VÁRIOS ANOS, você alertou a quem de direito, sem, nem ao menos, ter tido qualquer manifestação de retorno!
Observação : o “rombo” é de todo o PPSP e não tem a ver com o valor do Benefício de cada! Portanto, deverá ser dividido equalitariamente entre todos, independente de quanto cada um percebe!
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Rio de Janeiro, 23 de junho de 2016 – Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras informa que o Conselho Deliberativo da Petros aprovou, em reunião realizada hoje, a avaliação atuarial do Plano Petros Sistema Petrobras (PPSP) referente ao exercício de 2015, tendo sido evidenciada situação deficitária do Plano acima do limite de tolerância estabelecido na Resolução nº 22/2015 do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
Conforme legislação vigente, do déficit total do PPSP em 2015, no valor de R$ 22,6 bilhões, deverá ser excluído o limite de tolerância denominado Limite de Déficit Técnico Acumulado – LDTA, de R$ 6,5 bilhões, resultando em um montante a ser equacionado de R$ 16,1 bilhões, dividido igualitariamente entre os patrocinadores (50%) e os participantes e assistidos do Plano (50%), conforme regra paritária estabelecida na Constituição Federal pela Emenda Constitucional nº 20/1998. Assim, a Petros deverá elaborar, ao longo de 2016, um Plano de Equacionamento de Déficit, que aumentará as contribuições dos patrocinadores, dos participantes e assistidos do PPSP a partir de 2017. Será apresentado um estudo atuarial, que evidenciará as causas do déficit, bem como estabelecerá a forma e o prazo de pagamento. No equacionamento serão determinados percentuais adicionais de contribuições a serem cobrados, ao longo do tempo, até o prazo máximo de aproximadamente 18 anos. O PPSP é um plano de Benefícios Definidos, que atende aproximadamente 21 mil participantes ativos e 55 mil assistidos e está sujeito a riscos previdenciários, atuariais e de oscilações de variáveis de mercado, que podem afetar a estimativa de obrigação atuarial e o patrimônio investido. Assim, esse plano pode apresentar insuficiências financeiras ao longo de sua existência. O déficit apresentado acima já está contemplado nas demonstrações financeiras da Petrobras divulgadas ao mercado. As contribuições adicionais da patrocinadora para equacionamento do déficit serão refletidas nas demonstrações, à medida que forem efetivamente realizadas. Cabe destacar que as demonstrações contábeis auditadas da Petros para o exercício de 2015 estão em fase de conclusão, sendo o prazo para envio à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) até 31 de julho de 2016. |
Fato histórico no. 3 : Em 15/06/2011, em sua Edição no. 2221, a Revista VEJA publicou reportagem sobre uma“negociata” realizada em 31/12/2010, entre Petros e Camargo Correa, sob a interveniência e o lobby do ex-Ministro Antônio Palocci, onde nosso Fundo, com aprovação de TODOS os conselheiros eleitos, adquiriu Ações da Itausa, pertencentes à Camargo Correa, despendendo valores superiores a 3 bilhões!
Em 31/07/2011, nosso colega Domingos Saboya, auxiliado pelo Sérgio Salgado, elaborou uma detalhada Análise Técnica sobre essa Operação, apontando seus absurdos e o prejuízo que ela iria proporcionar aos interesses de nosso Fundo! ( veja cópia desse Trabalho, em Anexo!….)
Fato histórico no. 4 : Em 10/08/2011, a Direção da Petros emitiu o Boletim eletrônico no. 061, ( cópia anexa ) tentado “explicar” essa “Operação Itausa” e fazendo ameaças ao colega Saboya ou a quem duvidasse da adequabilidade e da lisura dessa Operação! ( veja em anexo ).
Em 12/08/2011, o colega Saboya respondeu aos termos desse Boletim ( veja em anexo ) .
Do mesmo modo, em 11/08/2111, o conceituado atuário Clóvis L. Marcolin emitiu uma Nota, contestando com dados e fatos, a Operação Itausa e os termos do Boletim 061 da Direção da Petros! ( veja em anexo ).
Fato histórico no. 5 : Ainda em 12/08/2011, um Grupo de Participantes Petros, enviou correspondência à Direção da Petros, igualmente contestando a “Operação Itausa” e assumindo a defesa e a solidariedade do colega Domingos Saboya. Veja o texto e seus signatários, a seguir :
—– Original Message —–
From: Márcio Dayrell Batitucci
Cc: zPetros ; zOuvidoria Petros
Sent: Friday, August 12, 2011 8:52 PM
Subject: Resposta à Petros Boletim 061
À Direção da Petros
Sobre o Estudo-denúncia elaborado por nosso colega Domingos Saboya, abordando questões relativas ao negócio de cerca de R$ 3 Bilhões do Itausa-Camargo Correa-Petros, essa Direção publicou em 10/08/2011 e enviou à cada um de nós, o Boletim Eletrônico no. 061, onde tenta “explicar” a legitimidade e a conveniência dessa Operação, para o Fundo Petros.
Referido Boletim, sob o ponto de vista de “esclarecimentos” a respeito de um assunto de tal volume e tão sério, deixa muito a desejar, podendo mesmo ser classificado como leviano e pífio!
Além de não explicar o que deveria ter sido explicado – quem efetivamente “ganhou” com a referida operação – ( e, certamente, não foi o Fundo Petros! ), chega ao absurdo de mencionar o recurso à “possíveis medidas judiciais em razão das deduções infundadas e calúnias que as mensagens contêm” , não só em relação ao autor do Estudo, mas aí incluidas as mensagens de quem se manifestou apoiando a análise, ou solicitando explicações mais consistentes da Petros e dos Conselheiros, que também aprovaram a referida operação! A ameaça, portanto, é feita contra todos aqueles que usaram do direito de emitir sua opinião sobre a matéria, direito este expressamente assegurado por nossa Constituição (art. 5º, inciso IV: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”). Consideramos totalmente inaceitável e lamentável a postura da Direção da Petros ao pensar que o legítimo interesse dos participantes, questionando alguma medida adotada por essa Direção, signifique que queremos “depreciar a imagem da Petros”. Seria muita estupidez de nossa parte querer “depreciar a imagem da Petros”, uma vez que as nossas vidas e as de nossos dependentes estão nas mãos dela. O que queremos realmente é uma Petros forte, saudável, independente e transparente, que nos assegure um fim de vida tranquilo, como foi anunciado em 1970 quando ingressamos como fundadores de nosso Fundo. O que não queremos é uma Petros que, para satisfazer interesses inconfessáveis, “compra”, sob falaciosas informações, a repactuação dos direitos de grande parte de seus participantes. O que não queremos é uma Petros que persegue implacavelmente seus aposentados e pensionistas, com a complacência dos sindicatos cooptados, mantendo tabelas salarias dos aposentados, congeladas desde 2006. O que não queremos é uma Petros “nitidamente cabrestada por um grupo sindical cooptado pelo partido do Governo.” Basta ler o curriculum vitae do atual presidente da Petros para se confirmar isso… Assim, o Boletim 61, NÃO esclareceu efetivamente os reais motivos que levaram a Petros a colocar nos cofres da mega-empreiteira Camargo Corrêa (cujo nome foi propositalmente omitido no citado Boletim!) a quantia de três bilhões de reais, em troca de Ações do Itaúsa. Operação essa que foi RECUSADA pelo Fundo PREVI e pelo Fundo FUNCEF e que, segundo a Revista VEJA, teria sido aceita pelo Fundo Petros, após “gestões” do então “lobista”, sr. Antônio Palocci… A inferência é da Revista VEJA! Nâo do colega Domingos Saboya, nem nossa! Portanto, o assunto veio a público, para o Brasil, a partir da publicação da Revista VEJA. Então, os primeiros a serem processados, conforme ameaças do Boletim 061 da Petros, deveriam ser os divulgadores originais da Operação Petros-Itausa-Camargo Correa e, não, quem, em função da reportagem do referido periódico, tratou de analisar, de acordo com informações públicas e publicadas, prováveis resultados danosos ao Patrimônio do Plano Petros. Até agora, não há notícia de que a VEJA tenha sido processada, que a valorização das Ações tenha “comprovado” o acerto do Negócio, ou que Estudos de Cenários sobre resultados esperados na Bolsa, com as Ações Itausa, recomendassem, na época, a realização do Negócio. Também, não se ouve falar, por parte da Direção da Petros, dos “porquês” e das necessidades da Camargo Correa se desfazer de mais de 3 Bilhões de “lucrativas” Ações Itausa. Enquanto não houver explicações cabais sobre o assunto, o direito de questionar dos Participantes e Assistidos é assegurado por Lei ! Respostas incompletas e inócuas, como as do Boletim 061, só resultam em mais desconfiança das motivações que levaram os Gestores da Petros, a realizar o negócio! Eventuais prejuízos podem ser esperados, neste momento de depressão global das Bolsas. Ou os Gestores da Petros e os Conselheiros que aprovaram o negócio, desconhecem esses cenários ? O Boletim 061, não esclareceu, por exemplo, a “grande vantagem” na troca de Letras do Tesouro (sem liquidez ) por Letras do Tesouro (com liquidez ), comprando as ações ordinárias do Itaúsa que, segundo afirma o Boletim, “vão permanecer em carteira e não há intenção de venda”. Qual a “liquidez”, na Bolsa, de três bilhões em ações ordinárias do Itaúsa ? O que o Boletim 061 também não esclareceu e deveria ter esclarecido, entre outras coisas, é até que ponto esse “grande negócio” feito pela Petros, vai trazer a tão desejada tranquilidade aos seus sofridos participantes… Afinal, 3 R$ Bilhões que vão ficar “mofando por aí”, é a metade do “fabuloso AOR” assinado pela Direção da Petros! A Itaúsa, maior acionista do Itaú Unibanco e controladora da Duratex, Itautec e Elekeiroz, parece ter encontrado uma maneira de ajudar a Camargo Corrêa a ter uma porta de saída para seu investimento de cerca de R$ 2 bilhões em ações ordinárias (ON, com direito a voto) da holding. O “Valor” publicou, em 20 de agosto, que a Itaúsa tinha se disposto a ajudar a Camargo, na venda de suas Ações. Na ocasião, o Diretor de relações com investidores do Itaúsa, Henri Penchas, afirmou que a venda em mercado da participação poderia “levar anos” dada a baixa liquidez dos papéis. A venda em bloco das Ações, também seria difícil, segundo Penchas, porque a participação minoritária não é grande o suficiente para garantir ao investidor, um assento no Conselho de Administração do Itaúsa. A Camargo Corrêa integra atualmente o Conselho da Holding, por conta da amizade com as famílias Villela e Setubal, que controlam o Itaúsa. As próprias famílias que comandam a holding também não teriam interesse em aumentar a participação na empresa, segundo Penchas disse na época. Apenas os três maiores acionistas individuais da família Villela já têm 31,4% das ações ordinárias da Itaúsa e a Fundação Itaú Social, mais 8,25%. Outra grande acionista individual da companhia, a Previ (Fundo de Pensão dos funcionários do Banco do Brasil), com 5,51% das ações PN da empresa, conforme já dito acima, também não quis ficar com as ações ON da Camargo Correa, justamente por conta da baixa liquidez, conforme apurado pelo Valor em agosto. Que o negócio foi “legal”, e que passou pela CVM, pela BM&FBovespa, pela DE e pelo CD da Petros é o mínimo que se espera de uma Petros, que nasceu na legalidade e sempre atuou na legalidade, no passado! Essa “legalidade”, em absoluto, justifica ou explica a oportunidade e a adequabilidade do citado negócio! Portanto, a Direção da Petros continua devendo explicações à todos os Participantes, dos quais não é nem mesmo mera “representante”, pois suas nomeações decorrem do interesse da Patrocinadora e do Governo e, portanto, não estão nesses cargos por desejo e escolha dos próprios participantes e assistidos, em processo eleitoral que os legitimem. Assim, esclarecer é muito mais do que se explicar, do que apresentar documentos que demonstrem o acerto de seus atos, nesse caso e em outros semelhantes. É, pois, aos reais proprietários do Fundo Petros que a Direção, deve, sim, explicações convincentes, inclusive de caráter técnico-financeiro, suas repercussões no passivo atuarial de cada Plano afetado, suas análises econômicas sobre cenários que fundamentam a tomada de tais decisões! O que foi apresentado como “explicações”, no Boletim 061, não passa de um desrespeito à inteligência dos Participantes ou, no máximo, de “desculpas” de quem se mostra “ofendido” por ter sido, normalmente questionado por quem de direito, ou seja, pelos seus legítimos donos que são os participantes e assisitidos do Plano Petros. Lamentávelmente, nos últimos anos, as últimas Direções da Petros, têm agido sob o claro interesse da Patrocinadora, Petrobrás, e, muitas vezes, do Governo e, não, sob o interesse do Fundo Petros e dos Participantes! São vários os exemplos dessa Política de desvios, ( concordância com o AOR, extinção do Plano BD, criação do Plano Petros 2, etc.), inclusive em explícita desobediência ao que determina o Código de Ética da Petros, nos itens abaixo: Regulamento de Conduta e Ética dos membros dos Conselhos e da Diretoria… Item 4.1 – Deveres e Responsabiliddes : ( I ) – Exercer suas funções e competências legais e institucionais no interesse da Fundação, tendo em vista a consecução dos fins desta, e não, no interesse próprio, dos Patrocinadores ou participantes responsáveis por sua indicação . . . ( IX ) – Não agir em conflito de interesse com a Fundação, observando o especificado neste Regulamento. ( XI ) – Não se omitir em tomar as medidas cabíveis no exercício ou proteção dos Direitos da Fundação ou, visando à obtenção de vantagens para si ou para outrem… Item 4.1.1 – Os Administradores não podem, em circunstância alguma, eximir- se de observar os deveres aqui previstos e deixar de exercer suas funções no interesse exclusivo da Fundação, mesmo quando tal conduta não for do interesse dos Patrocinadores ou de Participantes que os indicaram !
Essa questão das Ações do Itausa e do uso indevido dos recursos do Fundo Petros, por interesses outros que não o do próprio Fundo, parece ser apenas a “ponta de um gigantesco iceberg” de negócios, não devidamente explicados e justificáveis, que têm sido realizados ultimanente na Petros e, muitas vezes. aprovados pelo “voto de MInerva” do Presidente do Conselho Deliberativo! No dia 10 de agosto, o Jornal “Estado de Minas” publicou a denúncia abaixo, sobre o uso dos Fundos de Pensão, inclusive da Petros, para “salvar a Bolsa de São Paulo”, a mando do Governo e, mais uma vez para atender à interesses que não são os interesses do próprio Fundo Petros…. Confiram a notícia abaixo : “Fundos de pensão salvam a Bovespa. Governo manda Previ, Funcef e Petros comprarem ações para evitar nova queda”. Rosana Hessel – Estado de Minas Brasília – “Por determinação do Palácio do Planalto, os três maiores fundos de pensão do país, todos vinculados a estatais, entraram pesado ontem no mercado, comprando ações, e evitaram uma nova queda da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mesmo com o mundo derretendo por causa das suspeitas em relação à saúde da economia europeia, sobretudo a da França, a segunda maior da Zona do Euro. A Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), a Petros (dos empregados da Petrobras) e a Funcef (da Caixa Econômica Federal) intensificaram a atuação quando o pregão paulista computava queda de mais de 2% e um início de pânico tomava conta dos investidores. A operação chapa-branca, como os operadores estão chamando o movimento das fundações, fez com que o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas, encerrasse ontem com valorização de 0,48%. Um resultado e tanto diante do rastro de prejuízos que se viu nos Estados Unidos e na Europa. “Durou apenas um dia a trégua nos mercados financeiros mundiais”, disse um operador de um banco estrangeiro. “No Brasil, só não houve o derretimento da bolsa por causa da ação dos fundos de pensão de estatais, que já respondem por quase 40% de todos os negócios da Bovespa. As fundações, por sinal, ensaiaram uma intervenção na segunda-feira, quando a queda de preços das ações encostou nos 10%”, acrescentou. Para ele, no entanto, não será tarefa fácil manter a Bovespa descolada dos principais mercados do mundo, tamanho é o pessimismo em relação aos EUA e à Europa. TÍTULOS PODRES Não bastasse o temor de recessão nas maiores economias do planeta, os investidores passaram a vislumbrar a possibilidade de quebra em cadeia de bancos europeus, todos com os cofres abarrotados de títulos públicos dos países mais endividados da região: Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália. Não à toa, as ações de instituições financeiras comandaram a derrocada dos mercados acionários. Em outro momento, a crença seria de que os governos seriam capazes de socorrer as instituições em dificuldades, como em 2008. Mas, agora, com dívidas monstruosas, os países não têm como liberar recursos para evitar uma eventual quebradeira”, disse Creomar de Souza, professor de Relações Internacionais do Ibmec-DF. “Na verdade, o problema é muito maior na Europa, pois ninguém acredita que os governos europeus consigam honrar seus compromissos. O fantasma do calote voltou a assombrar a todos”, acrescentou”. Do mesmo modo, no “Clipping” do próprio Ministério do Planejamento, a mesma matéria está longamente noticiada . Acessem o : Esse tipo de aplicação NÃO PROGRAMADA e NÃO PLANEJADA dos recursos do Fundo Petros, atende aos interesses do Fundo Petros, ou à outros interesses estranhos ao Fundo? Como a Diretoria da Petros combina esse tipo de decisão, com o que está explicitamente determinado no Código de Ética :
Item 4.1.1 – Os Administradores não podem, em circunstância alguma, eximir-se de observar os deveres aqui previstos e deixar de exercer suas funções no interesse exclusivo da Fundação…. É lamentável que a Direção da Petros, ao invés de dar as explicações técnicas e devidas sobre suas duvidosas decisões, adote a postura inconcebível de ameaças e retaliações em cima de seus participantes que, por direito legal e sagrado, podem e devem questionar as decisões dessa mesma Direção, sobre o uso de recursos que lhes pertencem! Sobre as “explicações” da Petros estampadas no Boletim Eletrônico no. 061, permitimo-nos, anexar dois documentos importantes : 1o. Documento do colega Domingos Saboya, autor da “Análise” inicial do “Negócio Itausa-Camargo Correa-Petros”, respondendo detalhadamente às “explicações” do referido Boletim 061 da Petros. 2o. Documento do atuário Clóvis Marcolin, um técnico estranho ao Fundo Petros, mas que é uma das maiores autoridades reconhecidas no País, em questões atuariais e em Fundos de Pensão, também respondendo, item a item, as “explicações” do citado Boletim 061 Referidos Documentos, sobre os quais não há necessidade de fazermos qualquer comentário, parecem confirmar, de modo objetivo, o caráter superficial e pífio das “explicações” dadas pela Direção da Petros, em seu Boletim 061! Mantemos nosso apoio ao Estudo elaborado pelo colega Domingos Saboya. E, se há algo de impróprio nele, que a Direção da Petros dê suas explicações técnicas aos Participantes. Assinam esse Documento, em ordem alfabética ( Participantes da Petros ) : * Carlos Rodrigues Pereira * Celso Luiz do Carmo * Claudio Azevedo * David Garcia de Souza * Edson Hipólito de Morais * Edilene Farias de Oliveira ( Leninha ) * Edilson Simões * Ernesto Merighi * Eronides Pereira Ribeiro * Gilbert Prates * Ivan Coutinho * Jairo Andrade de Morais * José Carlos Maronna de la Rocha * José Ouro Alves * Luiz Eduardo * Manfredo Rosa * Márcio Dayrell Batitucci * Ney Ribeiro * Paulo Nogueira * Sérgio Salgado * Wagner Paulino |
Fato Histórico no. 6 : Na direção oposta e na contra-mão, e mesmo depois de vários contatos diretos com os mesmos, os srs. conselheiros nossos representantes, partiram para sua defesa e a defesa da Direção da Petros, insistindo na adequabilidade e no acerto dessa “Operação Itausa”… Vejam seu posicionamento :
Esclarecimento aos Participantes da PETROS feito pelos Conselheiros Deliberativos e Fiscais Eleitos
sobre a operação de compra de ações de ITAUSA
Para melhor compreensão dos participantes e assistidos vamos observar a operação, analisando-a em três distintas fases:
(1) Troca dos Títulos Públicos (NTN) em poder da PETROS por títulos com liquidez no mercado
(2) Troca de parte dos novos títulos adquiridos na primeira fase da operação no mercado
(3) Aquisição das ações de ITAUSA através do mecanismo de balcão (negociado na Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA) valor do patrimônio total como limite máximo de autonomia da Diretoria para cada operação.
- Analisando a troca dos Títulos Públicos (NTN-B) em poder da PETROS por títulos públicos com liquidez no mercado:
Os Conselheiros Eleitos durante os últimos oito anos têm apontado em seus pareceres, os efeitos negativos do aporte feito pela Petrobrás com transferência de títulos públicos (NTN) pelo valor de face, sem liquidez. A principal conseqüência negativa é porque parcela significativa do patrimônio coletivo (mais de um terço) não poderia ser aplicada em ativos com maior rentabilidade.
Para vender precisava autorização da Petrobrás, mas mesmo com autorização não tinha comprador. Durante anos muitas manifestações dos participantes consideravam aquelas NTN – Notas do Tesouro Nacional – como “moedas podres”. A PETROS era a única detentora destes títulos e não existia mercado para a venda destes papéis.
A orientação dada pelo Conselho Deliberativo foi para que a Diretoria Executiva procurasse negociar a transformação das aplicações em NTN sem liquidez por outras, com liquidez, a valor de mercado. Tal operação finalmente foi negociada junto às autoridades monetárias (Governo) durante o ano de 2010, com acompanhamento pelo Conselho Deliberativo.
A precificação utilizada na troca (valor de mercado) foi maior do que a precificação que estava sendo utilizada pela PETROS (valor “na curva do papel” ou valor “de face”) e, desse modo, a troca resultou em um ganho contábil de R$ 865,6 Milhões, passando então a PETROS a possuir contabilizados R$ 16,3 Bilhões em títulos públicos com liquidez. Nesta operação obtivemos um ganho de liquidez decisivo para a Entidade, em especial para o Plano PETROS do Sistema Petrobrás. Junto a isto, houve o ganho contábil de R$ 865,6 Milhões que são expressos no Balanço de 2010 da Entidade. Tal ganho contábil é questionado por alguns analistas. Sobre isto voltaremos a falar a seguir.
Em outras palavras, a Fundação passou a deter títulos públicos que inúmeros outros investidores também detêm. Com isso, existe um mercado secundário onde tais ativos podem ser negociados. Portanto, a PETROS pode iniciar o processo de adequação dos vencimentos à necessidade de caixa do Plano PETROS do Sistema Petrobras. Ou seja, a PETROS está fazendo um processo paulatino de adequação de vencimentos, através da troca, via mercado secundário, de alguns vencimentos por outros. A maior parte dos títulos anteriores tinha vencimento acima da expectativa de vida dos participantes do Plano PETROS do Sistema Petrobrás: o vencimento maior era 2033 e a expectativa média é 16 anos.
Analisando a troca de parte dos novos títulos adquiridos:
Outra importante orientação dada em 2010 à Diretoria Executiva pelo Conselho Deliberativo foi a de procurar aproveitar oportunidades de negócios com possibilidade de rentabilidade elevada e risco adequado à sua política de investimentos. Para maior controle, estabeleceu redução para 1% do valor do patrimônio total como limite máximo de autonomia da Diretoria para cada operação. Este limite estava estabelecido no Estatuto anteriormente como de 5%, considerado muito elevado pelos conselheiros eleitos. Tal determinação dá possibilidade hoje de uma maior transparência nos investimentos e desinvestimentos da Entidade. Vários novos investimentos foram examinados. Inclusive fundos de investimentos direcionados a construção de navios sonda para uso na exploração das reservas petrolíferas do pré-sal e compra de significativo volume de ações da Petrobras oferecidas quando do aumento do seu capital.
Entre os negócios analisados estava a compra de ações da empresa holding ITAUSA. A quantidade e o valor das ações adquiridas foram estabelecidos durante as negociações para garantir os direitos das partes contratantes. Sobre isso falaremos abaixo. Para análise desse investimento especificamente não foi usado o COMIN – Comitê de Investimento. O COMIN é um órgão de assessoramento auxiliar da Diretoria Executiva onde temos participação com um membro indicado pelos Conselheiros Eleitos, entre três representantes das patrocinadoras, além de gerentes e técnicos da PETROS. Como o investimento estava sendo acompanhado e analisado diretamente pelo Conselho Deliberativo com o acompanhamento da Diretoria, não foi acionado o órgão de assessoria da Diretoria Executiva. Para a aquisição dessas ações foi estabelecido que fosse utilizada uma parte do ativo representado pelas novas NTN’s, ou seja, do total de R$ 16,3 Bilhões correspondentes às novas NTN permutadas a preço de mercado, R$ 2,60 Bilhões fossem destinados a operação. Esta operação de venda das NTN no mercado acarretou uma diferença negativa de R$ 16,3 milhões para os cofres da PETROS. Ou seja, 0,6% do valor total da operação (exatos R$ 16.294.927,81 em R$ 2.602.894.949,16).
É preciso entender que a política adotada pelo Conselho Deliberativo da PETROS de troca dos títulos públicos por outros de maior liquidez provocará daqui em diante uma maior flutuação do patrimônio da PETROS, visto que os títulos que eram marcados “na curva do papel” serão agora marcados “a mercado”.
Seus valores contábeis flutuarão, portanto. Muda a marcação e muda também a liquidez. Por outro lado, a desejada liquidez dos novos títulos adquiridos deverá ser acompanhada de um controle maior em relação
a realização de investimentos envolvendo os recursos da carteira NTN-B permutadas, por isso decidimos que devam ter aprovação prévia do Conselho Deliberativo da PETROS.
Portanto, muda o controle que devemos fazer também. Isto por que a oportunidade de tal ou qual investimento pode esbarrar num momento adverso do mercado para a venda de títulos, realizando prejuízos irremediáveis à Fundação, se for efetivada. Em nossa opinião não foi o caso desta feita.
O prejuízo de 0,6% da troca de títulos para aquisição de ITAUSA inclusive desmente o argumento anterior, desferido por alguns críticos da operação de troca das NTNs, de que não houve qualquer ganho contábil na mesma. Tanto houve que, numa troca oportuna, feita logo a seguir, devido à operação de aquisição de ITAUSA, sem esperar um “melhor” momento para tal, “realizamos um prejuízo” de 0,6%. Amealhamos, no entanto, 99,4% dos valores pretendidos. Se relativizarmos em função do ganho contábil anterior, de R$ 865,6 Milhões, veremos que tal perda foi inexpressiva diante da magnitude do negócio realizado com as NTN-B (1) e do negócio a ser realizado na aquisição de ações de ITAUSA (3).
Os críticos do “ganho contábil” na operação 1 precisam clarear o raciocínio de que não houve ganho contábil na troca de títulos marcados na curva por títulos marcados a mercado, mas que houve prejuízo na operação 2 de troca dos títulos marcados a mercado para aquisição de ITAUSA. Houve o segundo, mas não o primeiro, afirmam, em nossa opinião, de forma contraditória.
Em verdade, há os dois. Houve lucro contábil na primeira operação e prejuízo por realização da troca dos novos títulos adquiridos para aproveitamento da oportunidade de investimento na segunda operação.Mas para comprar um lote de ações dessa magnitude foi oportuno, pois comprá-las em lotes menores seria inviável.Além disto, parte das ações compradas tem direito a voto, portanto são mais valorizadas. Os argumentos dos companheiros que são críticos a tais operações caem por terra. Tudo por que o raciocínio de tais operações com títulos públicos é como na renda variável, e não como na renda fixa. Há que se estudar mais e com
mais afinco para compreender a complexidade dos mecanismos financeiros envolvidos em ambas as operações.
A conversão das NTN’s para condição de liquidez a mercado pode acarretar lucros ou perdas se forem comercializadas numa conjuntura adversa. Porém permite que a PETROS tenha condições que investir em outros ativos de maior rentabilidade. Tal como os participantes clamam há mais de uma década e finalmente pudemos ver acontecer neste momento. Não somos mais fiadores paralisados da Dívida Pública do Estado
Brasileiro. Não somos mais obrigados a manter em nossos cofres tais papéis. Podemos negociar nossos títulos públicos na oportunidade que vislumbrarmos.
Analisando a aquisição das ações de ITAUSA através do mecanismo de balcão (negociado na Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA):
A questão da definição do preço da operação, a ser realizada no balcão de negócios do BOVESPA é baseada em uma prática comum do mercado. Digamos, se você possuir 3 bilhões de reais em ações e quiser vender na bolsa em uma única operação, o mercado tenderá a desvalorizar suas ações para aquisição a um preço menor. O contrário também seria verdadeiro. Se quiser adquirir de uma só vez 3 bilhões em ações de algum ativo, o mercado tenderá a subir o preço de tal ativo. É o mercado.
A prática usual do mercado nestas operações foi adotada pela PETROS. Fixar um preço, baseado na média de um determinado período, a partir dos valores de desconto praticados historicamente no preço de tais papéis, segundo um contrato assinado pelas partes. Este novo valor será o valor adotado na operação no dia combinado entre as partes e, fatalmente, será fixado num patamar que o mercado irá adotar também.
Se há alguma crítica na metodologia adotada para fixar o preço de tais papéis, para que possamos avançar neste debate, é preciso apontar também outro mecanismo de precificação mais adequado que o utilizado pela PETROS nesta operação. Em nossos limites, como Conselheiros Eleitos procuramos vislumbrar outros mecanismos melhores que o adotado, mas não obtivemos êxito.
Para não aborrecer o leitor, resumindo muito toda a longa operação, o desconto utilizado foi de 20,2% e o preço base foi de R$ 14,13 e não R$ 13,39, como havia sido acertado inicialmente. Como toda a negociação alongou-se por mais de um ano, um novo patamar de R$ 14,13 foi acertado entre as partes. E também um teto para o valor máximo, de R$ 14,48.
Apenas para ilustrar, em 2010 todos os grandes bancos se valorizaram frente o índice BOVESPA, não apenas ITAUSA, tendo o Bradesco se valorizado 12,1% e o Banco do Brasil 12,7%. Assim o valor pago a Camargo Corrêa foi R$ 2.788.451.002,00 por 192.572.583 ações ordinárias, perfazendo R$14,4800/ação.
Além destas ações, a PETROS adquiriu no mesmo dia outros lotes de ações junto a diversas corretoras. No total, a PETROS adquiriu 213.382.600 ações ordinárias por um valor total de R$ 3.089.787.476,24. Todas as ações foram adquiridas no mercado ao preço de R$ 14,4800, respeitando o limite aprovado pelo Conselho Deliberativo.
Conclusões:
Os membros eleitos do Conselho Deliberativo decidiram aprovar, por considerar lícitas e vantajosas aos participantes, as operações mencionadas, com base nas informações conhecidas e expostas nesta análise. Entendemos que a precificação foi realizada dentro dos parâmetros da legalidade e das melhores práticas adotadas no mercado, de forma transparente aos conselheiros eleitos.
Estivemos por mais de três meses dedicados à análise deste investimento e consideramos corretas todas as fases de tal operação. Acreditamos que o investimento irá trazer a rentabilidade esperada por todos nós.
Os membros eleitos do Conselho Fiscal solicitaram e conseguiram esclarecimentos complementares sobre as operações mencionadas. E não consideraram ocorrência de lesão ao patrimônio dos participantes, em face da característica e tipo de investimento realizado, inclusive na troca de títulos do Governo com vistas a liquidação quando necessário para cumprir compromissos da Fundação no médio e longo prazos.
Obviamente que há muitos questionamentos que podem ser feitos. Se houve “outros” que buscaram lucrar na operação; se a troca de títulos do governo só aconteceu por desejo do governo alongar suas dívidas; se houve um atravessador no oferecimento do investimento à PETROS; se tal ou qual partido político buscou alguma vantagem ilegal ou imoral ou antiética; se foi propositalmente atingido o limite superior aprovado pelo Conselho Deliberativo para a transação; se são verdadeiras as acusações publicadas em alguma revista de circulação nacional a respeito da ética e moralidade na operação de compra das ações etc. Não temos nós, Conselheiros Eleitos pelos participantes, como prever, como evitar ou como comprovar tais situações, verdadeiras ou não. Infelizmente, tais complexidades não nos ficam ao alcance.
Os conselheiros eleitos, deliberativos e fiscais, não trabalham com informações e ilações de jornais e revistas. Mormente os defensores de interesses externos, como a Revista Veja. Trabalhamos em cima de fatos e dados que dêem sustentação técnica e jurídica à defesa dos interesses dos participantes da PETROS. Todas as informações pedidas nos foram fornecidas. Antes e depois das operações. Não vamos, em nenhum momento, renunciar a esta prerrogativa que nos foi concedida pelos participantes. Não contem com isso. Fomos eleitos para defender os interesses dos participantes e honraremos esse compromisso até o último dia de nossos mandatos.
Resta-nos ainda a certeza de que estamos atentos aos investimentos realizados por nossa Fundação. Que no limite de nossas competências temos sido vitoriosos em tornar cada vez mais transparentes aos participantes tais operações. E consideramos uma acusação grave, gratuita e leviana de que fomos cúmplices de qualquer tipo de negociata.
Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2011
Assinam este documento os Conselheiros Eleitos Titulares Deliberativos e Fiscais:
Paulo Teixeira Brandão Conselheiro Deliberativo Eleito
Yvan Barretto de Carvalho Conselheiro Deliberativo Eleito Ronaldo Tedesco Vilardo Conselheiro Deliberativo Eleito
Fernando Leite Siqueira Conselheiro Fiscal Eleito
Silvio Sinedino Pinheiro Conselheiro Fiscal Eleito
Fato histórico no. 7 : E nessa mesma linha, a FENASPE e suas afiliadas, emitiram Documento defendendo a “Operação Itausa”, a Direção da Petros, os conselheiros que aprovaram esse “negócio” :
Manifestação da FENASPE
I – No ano de 2001, durante a tentativa de implantação do PPV, a Petrobrás se comprometeu a aportar recursos na Petros. Esses recursos foram aportados via NTN série B, indexados pelo IPCA e com rentabilidade de 6% ao ano. À época, as entidades representativas dos petroleiros foram contra, essencialmente pelos seguintes motivos: o primeiro, que os títulos foram recebidos pelo valor de face, e não pelo valor de mercado; segundo, porque um capital imenso era ancorado a 6% ao ano, quando as possibilidades de mercado apontavam para a possibilidade de rentabilidade bem maior. Por fim, que a Petros se comprometeu a manter esses títulos até o vencimento, ou seja, não poderia vender no mercado secundário, ainda que com deságio. Esse compromisso de quitação apenas a vencimento era parte das condições para poder contabilizar os títulos pelo valor de face, para inflar o valor efetivamente recebido.
II – À época a própria Secretaria do Tesouro Nacional registrou que os títulos recebidos pela Petros por 8 bilhões de reais, e assim contabilizados, na verdade valiam apenas 4,4 bilhões. Evidentemente, contabilizar estes títulos pelo valor de face era uma jogada contábil, mas plenamente aceita pela SPC e com resolução autorizativa do CGPC. De qualquer maneira, a Petros encarteirou estes títulos sem poder negociá-los. No histórico de lesões à Fundação, a “repactuação”, em decorrência do AOR feita no Governo Lula, conseguiu ser ainda pior, porque a Petrobras não entregou títulos e pagará apenas juros de 6% durante alguns anos, sem nunca pagar o principal.
III – Estes títulos do ano de 2001 foram trocados, neste ano, por outros, com diferentes vencimentos. A Petros calcula suas necessidades de liquidez, para que possa honrar mês a mês as aposentadorias. Não basta apenas ter patrimônio. É preciso, mês a mês, de forma projetada e programada, ter disponíveis os recursos para pagar os benefícios. Esse cálculo complexo normalmente é espelhado na chamada “ALM – Asset Liability Management”. Ou seja, não basta ter recursos no mercado de ações, ou em renda fixa, ou em imóveis, sem que haja possibilidade de transformar parte disso em recursos líquidos, mês a mês, para honrar os benefícios. A Petros trocou os seus títulos de vencimento 2033, contabilizados pelo valor de face, por outros com diversos vencimentos, inclusive posteriores aos títulos originais.
Aqui, não houve o compromisso da Petros de manter até o vencimento. Daí a contabilização de mercado, não mais pelo valor de face. Passo seguinte, a Petros vendeu parte destes títulos no mercado secundário, “realizando prejuízo” próximo a 0,6%. Outra parte resolveu manter em carteira porque as necessidades de liquidez apontavam para essa possibilidade e necessidade.
IV – Em sã consciência, e, evidentemente, analisando-se de boa fé, o preço suportado pela Petros para dar liquidez àqueles títulos foi absolutamente insignificante: 0,6%. E, com esses recursos comprou expressiva participação acionária na Itaúsa.
V- O controle acionário de uma empresa, ou parte desse controle, tem um preço a mais em relação ao valor negociado em bolsa. Essas operações são chamadas de “block trade”, ou seja, a compra e venda em bloco de ações. Daí ser no mínimo ingênuo querer comparar o preço de uma ação avulsa na Bolsa de Valores com o preço pago por cerca de 15% do capital votante da empresa, e que deu direito inclusive a estar presente no Conselho de Administração da Itaúsa. No máximo essa comparação serve para demonstrar o excelente negócio feito pela Fundação, ou como mero balizamento para calcular o “plus” a ser pago pelo controle acionário ou parte dele.
VI – De outra parte, circulou na internet o argumento de que “a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”. Parece que esqueceram que estão tratando com petroleiros, gente acostumada a pensar e a fazer cálculos. O argumento é esquizofrênico. Neste caso, o prejuízo passado também não é garantia de prejuízo futuro? Assim, as portas estariam abertas para que a Petros aplicasse em ações historicamente deficitárias usando o mesmo argumento esquizofrênico?
VII – Que fique claro: os títulos públicos rendiam IPCA + 6% ao ano. Não raro, a rentabilidade dos grandes Bancos ultrapassa os 20% ao ano. Veja-se mais, sempre na tentativa de deturpar, foi divulgado que a Previ não quis “aumentar sua posição” em ações da Itaúsa. É claro! A PREVI JÁ DETÉM PARTICIPAÇÃO EXPRESSIVA NAS AÇÕES DA ITAUSA. O texto divulgado, no entanto, tenta fazer confundir, como se a Previ não quisesse ingressar no negócio. Ora, a Previ já está lá há anos! Com assento no Conselho de Administração, apenas quis manter sua estratégia de diversificação.
VIII – Tenha-se presente que a Itaúsa e a holding do Banco Itaú, o maior Banco privado nacional. A operação deveria ser motivo de orgulho para a Fundação Petros e seus participantes: cerca de 15% das ações com direito a voto passaram a ser de nossa Fundação. Misturar isso com crise internacional e outros argumentos forçados é indício de desespero e pior, demonstra o baixo nível que envolve a disputa pela Fundação. Falar da saúde financeira do Banco Itaú é um absurdo e sequer a crise internacional dá abrigo ao argumento histérico. Em 2008, o Itaú aproveitou-se da crise para comprar o Unibanco. Foi considerado o banco mais sustentável do mundo!
IX Durante toda luta em defesa do pré-sal para os brasileiros, contra os leilões de nossas riquezas, já esperávamos por agressões, por tentativas de desmoralizar nossas lideranças, no exato estilo praticado pela CIA em todo mundo. É tática antiga a divulgação de falsos dados, falsos estudos, sempre para tentar dividir, para tentar atingir nossas lideranças e enfraquecer nossos ideais. Os petroleiros já conhecem isso e não se deixam enganar.
X – Nossos conselheiros eleitos são homens sérios, honrados. Não são apenas profundamente comprometidos com os participantes e assistidos, com as questões da Previdência Complementar. São lutadores da área do Petróleo, militantes históricos, que não titubearam ao optar por aprovar um excelente negócio em vez de ceder à demagogia fácil. São oposição ao entreguismo e peleguismo da FUP no Governo Lula e no Governo Dilma, mas isso não se confunde com os interesses da Petros e seus participantes.
Fenaspe – Federação Nacional das Associações de Aposentados, Pensionistas e Anistiados do Sistema Petrobras e Petros –
Afiliadas: Aspene/SE, Aspene/AL, Astaipe/Santos, Astape/BA, Astape/RJ, Aepet/RJ, Aepet/BA, Astaul/Santos, Ambep/RJ, Apape/ RJ, Apaspetro/RN
Adelino Ribeiro Chaves Presidente
Fato histórico no. 8 : Todas essas manifestações foram devidamente e detalhadamente contestadas pelo colega Saboya, com demonstrações técnicas e legais, sem qualquer efeito! ( Vejam em anexo )
Fato histórico no. 9 : Foram ainda produzidos vários documentos, Pareceres, Representações, por vários colegas, contestando essa “Operação Itausa” e seus prejuízos para o nosso Fundo Petros. Como exemplo, vejam a Representação enviada ao Ministério Público, em 25/11/2011, por um Grupo de Participantes ( vejam no anexo ) .
Fato histórico no. 10 : Desde 2011, até a presente data, vários participantes Petros têm cobrado insistentemente de seus “representantes”, posicionamentos, atitudes concretas, ações efetivas que pudessem estancar as aplicações duvidosas ou temerárias que vinham sendo feitas pelas sucessivas Direções da Petros, com os nossos recursos! Tudo em vão, antes pelo contrário! Esses senhores, continuaram a apoiar as sucessivas Gestões da Petros, continuaram a defender suas duvidosas aplicações de nossas recursos. Todos se lembram bem, entre tantas outras, da recente defesa pública feita por dois desses conselheiros, nas aplicações desastrosas que vinham sendo processadas, na falida “Sete Brasil”, para só citar um exemplo!
A partir de 2011, quando o déficit de nosso Fundo Petros começou a nascer e a se agigantar, esses mesmos srs. representantes / conselheiros continuaram a defender as gestões da Petros, fazendo aqueles discursos ocos e vãos de que “jamais houve rombo” que “tudo não passava de uma conjuntura temporária mundial”, que “não havia má gestão na Petros” , que “nós não nos preocupássemos” , etc., etc…
Em sua aparente defesa, sempre alegaram que “há anos, o Conselho Fiscal rejeita as contas da Petros” ! Agora, JAMAIS esclareceram que essas “rejeições”, só ocorreram por discordância em relação a pequenos valores aplicados indevidamente na gestão dos demais Planos da Petros, com recursos de nosso PPSP!… Nunca rejeitaram as Contas da Petros por GESTÃO TEMERÁRIA de nossos recursos!…
Fato histórico no. 11: Foi preciso nascer e aparecer a CPI dos Fundos de Pensão, para colocar à nu, a verdadeira face desses gestores da Petros e de nossos “representantes” ! Como sabem e como está escrito no Relatório final dessa CPI, emitido em abril deste ano, os conselheiros da Petros, inclusive dois deles “nossos representantes eleitos”, foram formalmente denunciados por “…teremconcorrido diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa, a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS…” .
Nesse momento, não é o Saboya, não é o Salgado, não é o Marcolin, não são os “terroristas sem o que fazer”, não são os “aloprados de Minas” e outros! São os membros de uma CPI que concluíram, após meses de análises, que todos nós sempre estivemos certos e que as Direções da Petros e esses nossos representantes sempre estiveram errados!
Não por acaso, a denúncia citada se refere à “Operação Itausa”, aquela que deu início a toda essa “história” e a partir da qual muitos de nós sempre cobramos “atitudes” desses senhores, em vão! (veja a seguir…)
Caso 12: Itaúsa – Petros ( Relatório CPI )
Encaminhar ao Ministério Público para que este promova as medidas cabíveis no intuito de apurar a conduta de cada um dos Dirigentes Estatutários envolvidos, bem como das pessoas e agentes privados referidos no caso investigado, para que, ao final, seja proposta a demanda judicial para responsabilizar os efetivos responsáveis pelos prejuízos causados à PETROS na ordem de R$422.498.564,00 (quatrocentos e vinte e dois milhões, quatrocentos e noventa e oito mil e quinhentos e sessenta e quatro reais), em valores não atualizados, conforme lista de pessoas direta ou indiretamente envolvidas nos fatos investigados:
81) Carlos Fernando Costa que, na condição de Gerente Executivo de Investimento da Petros, concorreu indiretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao recomendar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
82) Newton Carneiro da Cunha que, na condição de Diretor Administrativo e membro da Diretoria Executiva da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
83) Luís Carlos Fernandes Afonso que, na condição de Diretor Financeiro e membro da Diretoria Executiva da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
84) Maurício França Rubem que, na condição de Diretor de Seguridade e membro da Diretoria Executiva da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
85) Wilson Santarosa que, na condição de membro do Conselho Deliberativo da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
86) Regina Lucia Rocha Valle que, na condição de membro do Conselho Deliberativo da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
87) Paulo Teixeira Brandão que, na condição de membro do Conselho Deliberativo da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
88) Ronaldo Tedesco Vilardo que, na condição de membro do Conselho Deliberativo da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
89) Yvan Barreto de Carvalho que, na condição de membro do Conselho Deliberativo da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
90) Camargo Corrêa que, na condição de vendedora das ações da ITAÚ S/A, foi a principal beneficiada pelo sobrepreço e pelo pagamento de ágio de maneira a obter um lucro indevido de R$381.293.714,00 (trezentos e oitenta e um milhões, duzentos e noventa e três mil e setecentos e quatorze reais) em detrimento do patrimônio da PETROS;
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Vimos acima, 11 “fatos históricos” : não são “opiniões”, não são “suposições”, não são “achismos”. São simplesmente fatos! Entre esses “fatos”, está aquele que diz respeito DIRETAMENTE a você : o “fato histórico no. 2” : se as contas não estiverem erradas, você ( e talvez seus filhos ou netos! ), vão pagar todo mês $515,78 por 18 anos! Ou $ 111.408,48, no total! Um ônus que jogaram nas suas costas, sobre o qual você não teve a menor responsabilidade ou culpa e que foi produzido por incompetência ( ??? ) de terceiros!
São vários os fatores que fizeram a nossa Petros a chegar a esse estado! Mas, certamente, entre eles, está a Gestão irresponsável e criminosa das Direções PTistas-sindicais apostatas que destruíram nossa Petros e, certamente, a omissão, a cooptação, a auto-preservação de nossos “conselheiros-representantes” que foram avisados, alertados e instados a agirem de modo diferente! Se assim o tivessem feito, quem sabe, as coisas não chegariam ao ponto em que chegaram ? E até quando esse tipo de Gestão e esse tipo de representante vão continuar gerando novos “déficits” para o futuro ? Que nós teremos de pagar ?
Nossa Petros não precisa desse tipo de Gestores, nem desse tipo de “representantes-profissionais”, que se perpetuam, ano após ano e que têm como sua prioridade, preservar seus postos!
Todas essas “histórias”, necessariamente geram um último “fato histórico” :
Fato histórico no. 12 : VERGONHA NA CARA ! Você se lembra do fato histórico no. 1 : volte lá e guarde bem o nome desses nossos representantes!
E tenha VERGONHA NA CARA : JAMAIS vote em qualquer um deles, para qualquer posto de representação de seus interesses! APRENDA de uma vez por todas !…..
Márcio Dayrell Batitucci
ANEXOS ZIPADOS – acasaruiutenhavergonhanacara____