Michel Temer vai esperar a aprovação da Lei Geral das Estatais para preencher cargos em diretorias de estatais e de fundos de pensão. A nova norma exige qualificação técnica dos profissionais que assumirão essas posições. Embora ela não garanta o comportamento exemplar do ocupante, a mudança é necessária. As indicações políticas estão na origem dos grandes casos de corrupção.
O “Estado de S. Paulo” estima que a medida atinge 400 diretorias e outros 700 cargos em diferentes órgãos e empresas. O risco é grande demais. Pela norma, a preferência é que o quadro seja da própria instituição. É claro que a lei não garante que tudo vai acontecer dentro das melhores práticas. Na Petrobras, por exemplo, Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa eram funcionários da companhia. Costa tinha imagem de competente, mas para chegar à diretoria teve que ser apadrinhado pelo PP. Ele conta isso em sua delação. Para chegar ao novo nível, aceitou servir ao partido, que pediu um pedaço dos contratos da sua diretoria.
É por isso que os mecanismos de controle são muito importantes. As empresas privadas estão desenvolvendo a fiscalização e as instituições estatais têm que fazer o mesmo. Recentemente, elas foram vítimas de ataques coordenados por organizações criminosas. As indicações têm que ser feitas com muita atenção. Pedro Parente, na Petrobras, e Maria Silvia, no BNDES, estão compondo suas diretorias com nomes competentes, mesmo sem a obrigação da lei que ainda não foi aprovada. Deveria ser assim em todas as estatais.