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Projeto Ferro Carajás, da Vale, no Pará |
A Vale pretende vender ativos que chegam a US$ 15 bilhões até o final do ano que vem. A informação consta de apresentação arquivada nesta terça-feira (10) pela empresa no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A mineradora coloca em prática um plano de desinvestimento com objetivo de fazer caixa e reduzir sua dívida líquida. A ideia é inicialmente vender ativos que não tenham relação com a atividade principal da empresa, que é mineração.
Em apresentação feita pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira, durante conferência do Bank of America, em Miami (EUA), foi divulgado que a empresa pretende fechar somente neste ano a venda de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões em ativos.
O valor inclui uma joint venture do negócio de carvão, uma segunda transação de ações preferenciais, oferta de negócios da área de metais preciosos, sete navios de grande porte para o transporte de minério e ativos de geração de energia.
Para o ano que vem, a empresa pretende ofertar ao mercado uma segunda leva de ativos que, somados, podem chegar a US$ 10 bilhões.
A empresa não especificou exatamente o que será posto à venda, mas deixa claro no slide da apresentação que pretende ofertar ativos que sejam do “core business”- atividade principal- da companhia.
A Vale informou que fará a avaliação de três pontos para decidir quais empreendimentos vender: o portfólio de ativos no longo prazo, as transações potenciais a serem feitas e a potencial redução da dívida e da complexidade das transações que a empresa faz normalmente.
Segundo a companhia, essas medidas tratam-se de “desinvestimentos e transações estratégicas [que] ajudarão a equilibrar o fluxo de caixa e fortalecer nosso balanço”.
BALANÇO
No final de abril, a Vale reportou lucro de R$ 6,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano. A empresa conseguiu reverter prejuízo líquido de R$ 9,5 bilhões de igual período de 2015.
A empresa, que em 2015 reportou prejuízo de R$ 44,2 bilhões, sofria com a queda do preço do minério de ferro e atribuía o resultado melhor no primeiro trimestre à recuperação do preço de seu principal produto, à melhora nos custos e o alívio da valorização do real sobre a dívida.
Na ocasião da divulgação dos resultados do ano passado, em fevereiro, o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, reforçou ao mercado o desejo da companhia em vender ativos.
A ideia era incluir empreendimentos nos segmentos de fertilizantes, níquel, cobre, carvão e minério de ferro. Até então, a companhia havia se desfeito de negócios periféricos, como ouro, logística e navios.
“A intenção daqui para a frente é avaliar oportunidades nos cinco negócios principais”, disse Siani, em teleconferência com a imprensa, em 25 de fevereiro.
O motivo das vendas é reduzir a dívida da empresa, hoje em US$ 28,853 bilhões. O plano pode incluir ativos inteiros ou apenas participações.
Siani descartou naquela ocasião a possibilidade de emissão de ações da companhia. Na apresentação divulgada nesta terça, porém, a companhia fala em “segunda transação de ações preferenciais”, embora não dê detalhes.