[14.03.2016] 21h08m / Por Claudia Siqueira
Os planos do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, de preservar a maioria dos atuais diretores na nova estrutura da companhia correm o risco. O Conselho de Administração da Petrobras e o Comitê de Remuneração e Sucessão têm demonstrado resistência à proposta do executivo, defendendo que a nova Diretoria seja formada por executivos de fora do atual board.
A questão tem esquentado o clima no alto escalão da Petrobras e provocado sucessivos adiamentos da apreciação da composição da nova Diretoria. Nesta segunda-feira (14/3), o Conselho de Administração teria uma reunião extraordinária no Cenpes para deliberar sobre a estrutura do segundo escalão da nova estrutura organizacional, mudança no estatuto da companhia e a indicação dos novos diretores, mas o encontro foi adiado, sem qualquer explicação ao colegiado.
Pelo menos quatro conselheiros seriam contra a permanência do atual quadro.Entre os resistentes à estratégia de Bendine, prevalece a avaliação de que não há lógica em manter a atual Diretoria, após a petroleira ter sido submetida a um longo processo de reestruturação. Outro ponto que tem gerado questionamento é o fato de a atual diretoria ter sido indicada pela ex-presidente Maria das Graça Foster.
A questão vem sendo discutida a sete chaves e gerou um pedido de inclusão de novos nomes à atual lista de indicados, elaborada por Bendine. Em meio à queda de braço, começam a surgir nomes de possíveis indicados, como Carlos Alberto Oliveira, atual gerente-executivo de Projetos de Desenvolvimento da Produção da área de E&P, Erardo Barbosa Filho, gerente-executivo de Pré-Sal, e Joper Cezar de Andrade Filho, gerente-executivo de Engenharia para Empreendimentos Submarinos.
Conforme antecipado pela Brasil Energia Petróleo, a proposta original do presidente da Petrobras era que Solange Guedes fosse indicada para a Diretoria de E&P, Roberto Moro para a área de Desenvolvimento da Produção, mantendo também Hugo Repsold e Jorge Celestino Ramos.
A ideia original de Bendine era de que os nomes dos novos executivos fossem apreciados na reunião do CA do dia 26 de fevereiro, quando estava prevista a indicação da maioria dos atuais diretores, mas o tema não foi levado à deliberação por decisão do presidente do colegiado, Nelson Guedes de Carvalho.
A indefinição em relação à indicação dos novos diretores tem paralisado o andamento de assuntos relevantes da companhia. Até o fim da noite, o Conselho de Administração não havia definido se seria agendada uma nova reunião extraordinária para apreciação dos nomes dos novos diretores ou se tema seria avaliado na reunião extraordinária do dia 21 de março, quando será aprovado o resultado financeiro do quarto trimestre da companhia ou na ordinária do dia 30.