Gerente de Responsabilidade Social da Petrobras recebeu benefício de lobista

Um mandato de condução coercitiva expedido ontem pela Polícia Federal, leva para a Lava-Jato um conhecido sindicalista, Armando Ramos Tripodi, que ascendeu na Petrobras sob a gestão do PT. O nome do funcionário apareceu com “bandeiras vermelhas” em uma lista de suspeitos investigados pela empresa de auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) e que foi apresentada ao conselho de administração em fevereiro de 2015. Até sexta-feira, Armando Tripodi era gerente de Responsabilidade Social da Petrobras, recebendo um salário de aproximadamente R$ 70 mil mensais, segundo uma fonte.
Chamado pelo apelido de “Bacalhau” nos meios sindicais da Bahia, Tripodi começou a trabalhar na Petrobras em 1978, como contramestre de eletricidade. Segundo seu perfil no projeto “Memória Petrobras”, ele criou o Departamento Nacional dos Petroleiros (DNPC) da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em 1987.
Tripodi ocupou altos cargos na Petrobras a partir de 2003, na gestão de José Eduardo Dutra, tendo sido suplente de outro sindicalista, Diego Hernandes, no conselho da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). Também foi assessor da presidência na gestão de José Sergio Gabrielli.
Segundo uma fonte qualificada do Valor, o afastamento de Tripodi seria decidido na próxima quinta-feira. A Petrobras informou que afastou hoje o funcionário e instaurou comissão interna de apuração sobre o caso. “A empresa reitera seu compromisso com o pleno andamento das investigações e seu apoio ao trabalho das autoridades policiais”, disse a estatal em nota.
Segundo informações divulgadas ontem pela força tarefa da Lava-Jato, Tripodi teve reforma do seu apartamento paga pelo operador financeiro Zwi Skornicki. Este, por sua vez, é investigado por pagar propinas para funcionários do alto escalão da Petrobras e da Sete Brasil, entre eles Renato Duque, Pedro Barusco e Eduardo Musa, bem como para o PT, segundo a denúncia do Ministério Público Federal do Paraná.
De acordo com o MPF, entre 2003 e 2013, Skornicki “pagou mais de uma dezena de milhões de dólares em propina, que ficou comprovado por meio de prova documental consistente em comprovantes das transferências feitas no exterior a partir de sua conta para contas controladas por aqueles funcionários públicos”.
Ainda segundo o MPF, os colaboradores que fizeram delação premiada informaram que os pagamentos “foram feitos em benefício de contratos bilionários feitos pela empresa Keppel Fels com a Petrobras e com a Sete Brasil”. O Valor não conseguiu contato com os advogados de Tripodi.

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1 comentário em “Gerente de Responsabilidade Social da Petrobras recebeu benefício de lobista”

  1. Tava demorando para aparecer o nome do Diego Hernades, o cara teve um aumento de patrimônio que, nem se ele fosse um grande investidor não cresceria tanto, está na hora de ele passar a ser investigado e demonstrar que sorte é essa que ele tem nos negócios.

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