Brookfield fez oferta por 51% da Invepar

A gestora canadense Brookfield, que anunciou na segunda-feira que desistiu de comprar a participação de 24,4% da empreiteira OAS na Invepar, tentou negociar com os fundos sócios da empresa – Petros, Previ e Funcef – a compra de uma parcela adicional para chegar até 51% do capital da holding de infraestrutura. A gestora estaria disposta a adquirir até a totalidade das ações da companhia.

A aquisição seria feita, porém, pelo valor de referência do leilão da participação da OAS, definido em R$ 1,35 bilhão – abaixo do que a empreiteira previa levantar com a venda do ativo no início do processo de recuperação e dos valores que os fundos atribuem à empresa em seus balanços.

Oficialmente, a canadense disse, em nota, que desistiu da transação por problemas no acordo de acionistas e questões de governança.

O Valor apurou que a gestora não se sentia confortável em ser sócia minoritária dos fundos de pensão, que diversas vezes sofrem intervenção do governo. A intenção era aumentar essa participação comprando uma parcela pertencente aos fundos, mas estes não aceitaram o valor oferecido.

A Petros registrou em seu relatório anual de 2014 um valor justo de R$ 2,79 bilhões pelos 25% que detém das ações da companhia. A Previ, com 25,56%, contabilizou R$ 2,58 bilhões, enquanto a Funcef reportou valor de R$ 2,25 bilhões também pela participação de 25%.

Se parte das ações que eles detêm na Invepar fosse vendida por um valor abaixo do contabilizado no balanço, os fundos seriam obrigados a registrar uma baixa contábil pelo valor negociado. Se os próprios fundos exercerem o direito de compra, mesmo pelos R$ 1,35 bilhão, a operação não seria necessária, segundo especialistas, uma vez que eles podem justificar que fizeram a aquisição em uma “oportunidade vantajosa”.

A Brookfield desistiu da oferta pela participação da OAS, mas ainda não desistiu da Invepar e considera a possibilidade de adquirir ativos que a holding venha a pôr à venda. Casos do Aeroporto de Guarulhos e a Linha Amarela no Rio de Janeiro. A Línea Amarilla, concessionária da Invepar no Peru, já à venda, também interessa.

Segundo informações, no entanto, os fundos têm indicado propensão a exercer o direito de preferência e ficar com a Invepar. O Valor apurou que a estratégia seria vender os ativos no exterior e alocar os recursos levantados na operação no Brasil.

Embora seja considerada uma empresa interessante, com bons ativos, a avaliação é de que a Invepar precisaria de injeção de capital suficiente para equacionar uma dívida financeira da ordem de R$ 2 bilhões. Outras alternativas: renegociação com bancos ou desfazer-se de ativos para levantar recursos.

A Invepar tem atuação em aeroportos, rodovias e mobilidade urbana. Procurada, a Brookfield não comentou o assunto. Os fundos, igualmente, não se manifestaram.

http://www.valor.com.br//empresas/4425406/brookfield-fez-oferta-por-51-da-invepar


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