A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (17) quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, contra suspeitos de desviar dinheiro de contratos da Petrobras. De acordo com a PF, desde 1997, os acusados usaram o dinheiro desviado para pagar propinas. A ação está relacionada às investigações de um esquema de corrupção envolvendo a empresa holandesa SBM e a estatal brasileira.
A operação, chamada de Sangue Negro, foi desencadeada mesmo antes da Operação Lava Jato, mas alguns dos alvos da ação de hoje também são investigados pela Lava Jato. Dois dos mandados de prisão, por exemplo, são de pessoas que já estão presas em Curitiba: Renato Duque e Jorge Zelada. Mandados também estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e em Angra dos Reis (RJ).
As buscas ocorrem nas casas dos investigados e na Petroserv, empresa do ramo de prospecção de petróleo. Os acusados respondem por crimes como sonegação fiscal, evasão de divisas, desvio de recursos públicos lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Em depoimento, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou que recebia propina desde 1997
A Petroserv seria o elo entre a SBM e a Petrobras. De acordo com as investigações, a empresa recebia repasses de 3% a 5% de contratos da Petrobras e, desse total, remetia 1% para contas de empresas no exterior. Os investigadores apontam que esse dinheiro era lavado e remetido novamente para o Brasil em forma de propina. Os crimes envolvem sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros.
Paulo Francis já havia denunciado em 1996
Em depoimento na CPI da Petrobras em abril deste ano, o presidente da Setal Engenharia e ex-conselheiro da Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, afirmou que havia um “clube” de empresas que se reuniu para participar das licitações da estatal. “Era uma forma de as empresas se protegerem diante da força da Petrobras. Se proteger de modo a não competirem entre si”, explicou. Ainda segundo Mendonça, o clube começou em 1997 com nove empresas.
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco também já havia afirma que começou a receber propina “por iniciativa pessoal”, em 1997.
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Em 1996, o jornalista Paulo Francis denunciou a existência de corrupção na Petrobras. Na ocasião, não houve investigação. Pelo contrário: Paulo Francis foi alvo de um processo milionário e acabou morrendo no ano seguinte, vítima de um infarto.
Com Agência Brasil
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/12/17/pf-faz-operacao-contra-desvios-na-petrobras-desde-1997/
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