Ex-­gerente executivo da Petrobras é preso na nova etapa da Lava­Jato

BRASÍLIA ­ (Atualizada às 11h39) A Polícia Federal (PF) prendeu nesta segunda­feira um ex­gerente executivo da Petrobras e um operador financeiro suspeito de ter feito repasses de U$ 5 milhões a Paulo Roberto Costa, ex­ diretor da estatal. Outras cinco pessoas foram alvo de mandados de condução coercitiva e devem ser ouvidas pela PF para esclarecer suspeitas relacionados à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Os mandados são resultado da 20ª fase da Operação Lava­Jato, batizada de  “Corrosão”.

Roberto Gonçalves, ex­gerente executivo da área Internacional da Petrobrás, foi preso temporariamente em Niterói (RJ) sob suspeita de envolvimento em corrupção em contratos referentes à Comperj e à contratação de  sondas.

Já Nelson Martins Ribeiro, preso temporariamente no Rio de Janeiro, é apontado como operador financeiro de várias empresas, como OAS, Mendes Júnior e Camargo Corrêa. Ele seria responsável por efetuar repasses de propina para Paulo Roberto Costa e para outros funcionários da estatal usando contas no exterior. É a primeira vez que o nome dele é citado na Lava­Jato.

Os cinco mandados de condução coercitiva se referem a suspeitas de corrupção e repasse de propina envolvendo a compra da refinaria de Pasadena. Os alvos dos mandados foram Cesar de Souza Tavares, Aurélio Oliveira Teles e Carlos Roberto Martins Barbosa, todos ex­funcionários da área Internacional da Petrobrás, além de Rafael Mauro Comino, ex­gerente de Inteligência da área Internacional, e de Luis Carlos Moreira da Silva, ex­gerente executivo  da mesma área —ele substituiu Pedro Barusco, também envolvido no escândalo da Lava­Jato, e é apontado como   o principal consultor da compra de  Pasadena.

Um outro ex­funcionário foi alvo de mandado de busca: Glauco Colepícolo Legatti, ex­gerente de empreendimentos da área Internacional, é suspeito de envolvimento em irregularidades em contratos referentes à refinaria Abreu e Lima.

Corrosão

 Batizada de “Corrosão”, a 20ª etapa da Operação Lava­Jato tem foco na busca de provas para aprofundar investigações que já estavam em andamento. O nome é uma referência à corrosão causada pela corrupção dentro da empresa, segundo os investigadores. “A corrupção que estava instalada na empresa estava corroendo os cofres  e tirando toda a estabilidade da empresa”, disse o investigador Igor Romário de  Paula.

As investigações agora apontam para indícios concretos de pagamento de propina para a compra da refinaria de Pasadena, que passa a ser alvo da operação.

Na nova etapa da Lava­Jato, a PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva na Bahia e no Rio de Janeiro.

16/11/2015 ­ 07:42

Por Carolina Leal e Letícia Casado

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