Reunião programada pelo Dr. Rogério Derbly, com tempo previsto de exposição de mais ou menos 1 hora, com início marcado para às 15 horas, na OAB-RJ. Face à complexidade do tema e o envolvimento de todos, o assunto foi debatido até às 18 horas.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Convidados, a Chapa 83 que concorre ao Conselho Fiscal da Petros, representada por Sérgio Salgado e Domingos de Saboya Barbosa Filho e também o Raul Rechden do RS.
A abertura foi feita pelo Dr. Derbly que fez as apresentações e o motivo da sua proposta sobre o assunto Petros e seu enorme déficit e passou a palavra ao Domingos de Saboya que fez um curto relato do seu trabalho na Petrobrás e na Petros.
Em seguida, usou da palavra o titular da chapa 83, Sérgio Salgado.
A PETROS, Fundação Petrobras de Seguridade Social, tem um ativo líquido de R$ 77.819.135.696 e um total de obrigações do Plano, com benefícios concedidos e benefícios a conceder ao conjunto de seus participantes de R$ 85.875.907.912, resultando em um saldo negativo de R$ 10.674.600.348, segundo dados disponíveis no último Relatório de Atividades da PETROS, de julho de 2015.
A continuidade do déficit levará aos ativos e assistidos um aumento de contribuição e redução de aposentadorias a partir de 2017.
A principal causa para se chegar a esse nível de comprometimento das obrigações assumidas, indiscutivelmente, é o aparelhamento partidário e sindical na PETROS, com indicações políticas e não-técnicas, investimentos suspeitos, que estão sendo investigados pela Operação LAVA-JATO e a CPI dos Fundos de Pensão. Presidência e diretorias indicadas sem a experiência e condições para administrar e gerir uma entidade do porte da PETROS com patrimônio superior a 80 Bilhões de Reais.
Há na Petros mais de uma centena de ativos financeiros “podres”. Desses, 70 deles, prejuízo total, segundo os relatórios da própria Petros, com valores que atingem mais de R$ 800 milhões em provisão para devedores duvidosos. Os demais fazem parte de carteiras que só atendem ao Governo Federal, pois bancam projetos de infraestrutura sem qualquer retorno financeiro previsto e alguns já gerando prejuízos absurdos e incalculáveis.
A situação é extremamente séria pois a Petros mantém em carteira aplicações em renda variável e investimentos estruturados totalizando em torno de 45% das aplicações. Boa parte desses ativos não dão qualquer retorno e muitos estão em situação financeira lastimável. A maior parte dessa carteira embute quantidade de ações elevadas, de difícil descarte no mercado acionário. Os investimentos estruturados de maior porte, como Sete Brasil, também têm baixa liquidez.
Foi esclarecido ainda sobre o crescimento do déficit e da manipulação que foi executada no fechamento do Balanço final de 2013 que envolveu a supervalorização de alguns ativos (Invepar, Sete Brasil, Belo Monte e Litel/Vale) para provocar a redução do déficit, conta essa que pode alcançar mais cerca de R$ 4 bilhões (apesar de alguns dados financeiros não terem sido citados no encontro é importante incluí-los para que se perceba a extensão dos nossos problemas).
Foram dados alguns detalhes sobre a operação Itaúsa, investimento que foi a origem principal de um grupo de participantes que se envolveu em demonstrar e denunciar publicamente à mídia (sem muito resultado) e também a diversos órgãos fiscalizadores. Um deles, a Previc, finalmente considerou a operação como irregular e puniu ao menos um dos operadores do esquema na Petros, o ex-diretor de investimento e ex-presidente da Petros Luiz Carlos Fernandes Afonso.
Em seguida usou da palavra o Raul Rechden que fez um relato da gravidade da situação do investimento que a Petros, junto com a Previ e com a Funcef e também com a OAS, mantém em Invepar, vencedora do leilão realizado em 2012 do Aeroporto de Guarulhos. Deixou claro que dificilmente teremos algum resultado, pois seu prejuízo é elevado e de improvável retorno. Invepar até seria uma empresa razoável, porém sem Guarulhos em sua carteira.
Preveniu também sobre a intenção perigosa que foi declarada pelo presidente da Petros, das fundações Petros, Funcef e Previ, adquirirem a parte que pertence à OAS que, atingida pela operação Lava Jato entrou em processo de recuperação judicial e tenta se desfazer do seu 1/4 para pagar credores. O valor oferecido, R$1,2 bilhão, por uma empresa canadense interessada, a Brookfield, deixou claro, ao menos a nós participantes que acompanhamos esses investimentos, que se confirma a superavaliação que foi realizada na carteira da Petros em 2013 e que declara ser de R$2,7 bilhões seu valor.
Encerrada a exposição, tomou da palavra o Dr. Rogério Derbly, que reforçou dramaticamente os problemas da Petros, incluindo dúvidas em relação à elevação do fundo previdencial ocorrida em dezembro de 2014, bem como questões claras das consequências que atingirão a todos com o 3º déficit sequencial da Petros. Relatou ainda o trabalho que vem sendo realizado junto à CPI dos fundos de pensão e abriu o espaço para a participação dos presentes.
Presentes também estavam os diretores da Ambep, Pedro Carvalho que fez uma rápida apresentação do que está sendo desenvolvido pela entidade e do David Garcia de Souza
Houve dezenas de perguntas e elas deixaram claro a preocupação que a exposição feita trouxe aos participantes presentes. Houve ainda sugestões de formas de conduzir nossas denúncias que deverão ser todas aproveitadas.
Outro dado importante que não pode ser esclarecido no momento em que o Dr. Derbly citou a elevação do valor do fundo previdencial, que pode ser entendida como pedalada atuarial. Situação que ocorreu em dois momentos, uma ao final de 2013 quando se reduziu a meta atuarial de IPCA+6%a.a. para IPCA+5,5%a.a. e com isso provocando um aumento nas provisões matemáticas e agora em janeiro de 2015 quando, sem qualquer comunicado, aumentou-se essa mesma meta para IPCA+5,63%.
Causa perplexidade o aumento da meta atuarial num cenário de déficit crescente e de dificuldade para atingir sequer a meta anterior. O aumento da meta implicaria, em princípio, a redução da contribuição, quando na realidade a contribuição será aumentada em decorrência do terceiro ano consecutivo de déficit. Aparentemente está se tentando, de forma artificiosa, reduzir o montante do adicional de contribuição que participantes e patrocinadora deverão aportar para o equacionamento do déficit.
Subscrevem este documento:
Sérgio Salgado, Domingos de Saboya Barbosa Filho e Raul Rechden
Para maiores informações o contato é:
Sérgio Salgado
Fones (13) 3222-3329 e (13) 99118-6204
Av. Siqueira Campos, 524 – Santos – SP
Descubra mais sobre Intelligentsia Discrepantes
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Os comentários estão encerrado.